A Instituição Fiscal Independente (IFI) divulgou seu mais recente Relatório de Acompanhamento Fiscal, apontando que a inflação e os juros continuarão elevados, afetando diretamente a atividade econômica. O documento destaca que a valorização do real frente ao dólar pode aliviar parte da pressão sobre os preços, mas alerta para riscos em caso de incertezas no cenário global e doméstico.
“A recente apreciação do real, supondo estabilidade nos demais fatores que impactam a inflação, pode reduzir parte das pressões sobre os preços ao consumidor, favorecendo a convergência da inflação à meta. Se a depreciação cambial voltar em um cenário de maior incerteza global e doméstica, o Banco Central poderá intensificar o aperto monetário para conter o avanço das expectativas inflacionárias, elevando o custo da desinflação sobre a atividade econômica”, analisa a IFI.
Déficit dentro da meta, mas com bloqueios
A projeção da IFI para o resultado primário em 2025 é de um déficit de R$ 71 bilhões (0,56% do PIB), dentro do limite da meta fiscal. No entanto, o governo precisará bloquear R$ 18,6 bilhões e “empoçar” R$ 15,7 bilhões para cumprir o teto.
O relatório também destaca que o governo contará com R$ 12,5 bilhões do programa Pé-de-Meia e R$ 8 bilhões do Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais ou Financeiro-Fiscais (FCBF), criados pela reforma tributária, para atingir a meta.
O documento ainda apresenta previsões sobre as despesas primárias do governo federal, a dívida pública e os títulos pós-fixados do Tesouro, reforçando os desafios fiscais do governo Lula diante do atual cenário econômico.