O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) classificou como “absurda” a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 33 investigados por suposta conspiração para um golpe de Estado em 2022. Para o senador, o caso foi transformado em um “grande circo”.

Em conversa com jornalistas no Congresso Nacional, Flávio também criticou a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

“Foi um copia e cola do que Cid colocou no papel. Não foi uma delação, foi uma coação para ele escrever o que seus acusadores queriam. Fico muito triste pelo Cid ter sido forçado a fazer isso. Ele mesmo disse que nunca usou a palavra golpe, e essa palavra aparece a todo momento no relatório da Polícia Federal. Isso precisa ser investigado, inclusive para saber se houve adulteração no depoimento dele”, afirmou.

O senador também questionou a principal peça usada como base pela PGR na denúncia.

“Estão se baseando em um rascunho de projeto de estado de sítio, que supostamente seria enviado ao Congresso. Mas ninguém sabe quem escreveu. Nem a própria PGR sabe”, disse.

Delação de Mauro Cid

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do caso, derrubou o sigilo da delação de Cid nesta quarta-feira (19).

“No presente momento processual, uma vez oferecida a denúncia pelo procurador-geral da República, para garantia do contraditório e da ampla defesa, não há mais necessidade da manutenção desse sigilo, devendo ser garantido aos denunciados e aos seus advogados total e amplo acesso a todos os termos da colaboração premiada”, justificou Moraes.

O ministro fixou um prazo de 15 dias para que os acusados apresentem suas defesas.