O número de prisões por corrupção realizadas pela Polícia Federal caiu 78% em seis anos. Em 2019, a PF cumpriu 607 mandados de prisão. No ano passado, foram apenas 136. A queda coincide com decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que restringiram as possibilidades de prisão preventiva e temporária.
Após o desmonte da Operação Lava Jato e a reação da classe política e do Judiciário, as detenções por corrupção foram reduzidas drasticamente. Em 2020, primeiro ano do governo Bolsonaro, a PF realizou 350 prisões. Em 2022, último ano da gestão, foram apenas 94. No entanto, considerando os dois primeiros anos de cada governo, a administração Bolsonaro somou 957 prisões, enquanto no governo Lula foram apenas 281.
A PF atribui a queda às mudanças nas regras para encarceramento provisório, destacando que tem recorrido a medidas alternativas, como afastamento de cargo e restrições de comunicação para investigados. Segundo a corporação, o número de indiciamentos aumentou, passando de 1.108 em 2019 para 4.256 em 2024.
O esvaziamento da área de combate à corrupção dentro da PF também tem sido apontado como fator relevante. Delegados afirmam que a prioridade do governo tem sido outras frentes, como crimes ambientais e cibercrimes. Além disso, operações determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, relacionadas aos atos de 8 de janeiro de 2023, têm consumido grande parte dos recursos da PF.