O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), deixou claro que artistas que fazem apologia ao crime não terão espaço nos editais culturais da cidade. Em uma coletiva de imprensa na segunda-feira (10), ao ser questionado pelos repórteres sobre o assunto, ele afirmou que a gestão municipal não permitirá esse tipo de conteúdo em projetos financiados com dinheiro público.

“Apologia ao crime na cidade de São Paulo não irá acontecer. Nós não vamos permitir que qualquer um que seja se inscreva nos nossos editais se fizer apologia ao crime. Aqui, a gente não admite, não queremos isso, não aceitamos, a sociedade não deseja isso”, disse o prefeito.

A polêmica começou com o projeto de lei da vereadora Amanda Vettorazzo (União Brasil), protocolado em janeiro, que propõe barrar artistas que exaltam o tráfico de drogas e o crime organizado. O texto não cita nomes, mas nas redes sociais ficou conhecido como “PL anti-Oruam”, já que a parlamentar usou o rapper Oruam como exemplo ao divulgar a proposta. Oruam é filho de Marcinho VP, um dos chefes de uma facção criminosa do Rio de Janeiro.

Nunes afirmou que o projeto não é contra o funk ou o rap, mas contra qualquer artista que promova esse tipo de conteúdo. “Pelo que eu vi, ela não associou nada ao funk ou ao rap, ela associou a uma pessoa. Eu não conheço as músicas desse rapaz, para você ver que eu tenho bom gosto para música, né?”, brincou.

Oruam reagiu com xingamentos e ameaças nas redes sociais.

“Vai proibir o ca**, pô. Tu nem tem força para isso. Bobona. Eu nunca vi uma pessoa estudar para falar mer. Só tu não falar meu nome, senão tu vai conhecer o capeta”, publicou.

Após a publicação de Oruam, Amanda Vettorazzo registrou um boletim de ocorrência contra o cantor. No documento, ela ela alegou que as ameaças tentam silenciar seu direito de propor leis e debater o tema. O caso reacende o debate sobre liberdade de expressão e os limites do financiamento público para a cultura.

Mas redes sociais da vereadora é possível acessar posts sobre o projeto de lei: