Durante entrevista ao programa Alive, o senador Márcio Bittar (União-AC) argumenta que o momento político e econômico torna a instalação da CPI dos Correios ainda mais necessária. Ele relembra a CPI da Covid, que, segundo ele, foi usada como ferramenta política contra Bolsonaro, e agora acredita que há um ambiente propício para investigações contra o governo atual.
“Estamos no terceiro ano de um mandato que aponta claramente para uma gravíssima crise econômica, sem nenhuma reação do governo para evitar o pior. A carestia está evidente para todo homem e mulher deste país”, afirmou.
Bittar destacou que até mesmo aliados do governo começam a demonstrar insatisfação. “Não é qualquer coisa você ver, em menos de dez dias, declarações como a do Kassab, dizendo que Lula perderia se a eleição fosse hoje, e criticando o ministro da Economia. Depois, Marcos Pereira, presidente do Republicanos, um dos sete maiores partidos do Brasil, fez uma crítica similar. E o que disse Arthur Lira, que comanda o PP e foi sondado para ser ministro? Que não pode se comprometer com o governo para 2026. As coisas estão mudando.”
Para o senador, três eventos recentes mostram um enfraquecimento da esquerda: o resultado das eleições municipais, a articulação de Bolsonaro no Congresso e a possível volta de Donald Trump à presidência dos EUA. “O clima hoje está muito mais favorável para que essa CPI avance”, defendeu.
Sobre os Correios, ele considera inaceitável o ciclo de prejuízos e lucros conforme o governo no poder.
“A estatal fez parte de todo aquele esquema de corrupção que o Brasil inteiro viu. Aí, no governo seguinte, ela para de dar prejuízo, volta a dar lucro. Agora volta o governo da esquerda e, de novo, prejuízo: R$ 3,2 bilhões no ano, meio bilhão só em janeiro. E para cobrir o rombo, fazem um acordo e pegam quase R$ 8 bilhões do contribuinte. Ainda por cima, abrem concurso! Como isso faz sentido?”, questionou.
Bittar reforça que a CPI precisa esclarecer essas manobras e impedir que o dinheiro público continue sendo desperdiçado.