Durante entrevista ao programa diário Alive, o senador Márcio Bittar (União-AC) detalhou as denúncias sobre um rombo bilionário na estatal, afirmando que os Correios representam metade das perdas das estatais brasileiras.
O prejuízo da empresa em 2023 chegou a R$ 3,2 bilhões, com um déficit de R$ 500 milhões apenas em janeiro deste ano. Apesar do cenário alarmante, o governo anunciou um concurso para 3.500 novas vagas, o que Bittar classificou como “uma irresponsabilidade sem tamanho”.
O senador não poupou críticas, lembrando que os Correios já foram palco de grandes escândalos no passado e que, após uma gestão mais profissional nos governos Temer e Bolsonaro, voltaram a ser lucrativos.
“Bastou a esquerda voltar ao poder que o prejuízo reapareceu. É coincidência?”
Bittar sugeriu que o governo estaria tentando jogar os prejuízos de 2023 na conta da gestão anterior. “A denúncia suspeita de manobra fiscal é clara: estão tentando colocar esse rombo no último ano do governo Bolsonaro. Isso precisa ser explicado. Se não é pedalada fiscal, é o quê?” questionou.
O senador comentou sobre as suspeitas de gestão temerária e manobras fiscais para maquiar perdas astronômicas. Além disso, questionou gastos absurdos, como o financiamento de eventos no exterior, incluindo a Feira do Livro na Colômbia.
Outro ponto crítico levantado por Bittar é o Postalis, fundo de previdência dos funcionários dos Correios, que acumulou um déficit colossal de R$ 15 bilhões. Lembrando que o governo precisou repassar R$ 7 bilhões do dinheiro do contribuinte para cobrir metade do rombo gerado pelo governo Dilma Rousseff. “Os aposentados foram punidos! Viram seus benefícios despencarem e ainda precisam pagar a conta da incompetência alheia!”, denunciou.
CPI E SEUS PRÓXIMOS PASSOS
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios já tem as 25 assinaturas necessárias para sua instalação. Bittar afirma que a CPI será crucial para convocar os responsáveis e esclarecer as irregularidades. Ele também não poupou críticas ao presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, integrante do grupo Prerrogativas e suspeito de favorecer aliados do governo. “Não é normal uma estatal perder bilhões e simplesmente aceitar o prejuízo sem recorrer. Quem está se beneficiando disso?”, questionou Bittar.
A CPI se torna um divisor de águas para o Congresso: será um verdadeiro instrumento de investigação ou mais um circo para enganar a população? “Se essa CPI não der em nada, será a confirmação de que o Brasil continua refém da impunidade”, finalizou o senador.