O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (30) que, se depender dele, não haverá mais cortes de gastos. A declaração foi feita durante entrevista no Palácio do Planalto, onde o petista insistiu que o Orçamento de 2025 terá restrições para despesas, mas não para investimentos.
“Meu compromisso é com a responsabilidade fiscal. Se houver necessidade de fazermos alguma coisa, nós [governo] nos reunimos. Mas se depender de mim, não haverá mais nenhuma medida fiscal”, afirmou Lula.
A postura do governo vai na contramão da pressão do mercado e de economistas, que cobram medidas para conter a alta do dólar e evitar o descumprimento das metas fiscais. O Orçamento só deve ser votado pelo Congresso após o Carnaval.
Apesar de afirmar compromisso com a responsabilidade fiscal, Lula comparou os gastos do governo a um cartão de crédito e rejeitou medidas de ajuste. “Se a gente tiver que fazer uma dívida, é para construir um ativo novo”, disse o presidente, sem detalhar como pretende equilibrar as contas públicas.
A falta de clareza nas medidas fiscais e a resistência a cortes geram desconfiança no mercado, que já reage com a valorização do dólar e pessimismo sobre a economia. Enquanto isso, o governo insiste na retórica do “desenvolvimento sustentável”, sem apresentar soluções concretas para conter o avanço da dívida pública.