O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (21) que estaria disposto a aprovar a compra do TikTok pelo bilionário Elon Musk, dono da Tesla e da plataforma X (ex-Twitter). O aplicativo, utilizado por cerca de 170 milhões de norte-americanos, havia sido banido no país devido a preocupações de segurança nacional, mas voltou a funcionar após decreto presidencial.
“Eu estaria [aberto] se ele quisesse comprar”, declarou Trump a jornalistas, destacando que já se reuniu com os donos do TikTok. “Acho que seria interessante se alguém comprasse e entregasse metade para os Estados Unidos”, acrescentou.
O TikTok foi retirado das lojas de aplicativos em 19 de janeiro, após o prazo estipulado por uma lei sancionada pelo ex-presidente Joe Biden em abril de 2024. A legislação exigia que a ByteDance, dona chinesa do TikTok, vendesse as operações americanas da plataforma até a data limite, sob risco de banimento. A medida foi justificada por alertas de que o governo chinês poderia acessar dados dos usuários. A ByteDance nega as acusações, alegando que os dados estão armazenados em servidores nos EUA gerenciados pela Oracle.
Trump, que se opõe ao banimento, solicitou em dezembro de 2024 que a Suprema Corte suspendesse o prazo de 19 de janeiro. Ele defendeu buscar uma “resolução política” para o impasse, alertando para os riscos de censura governamental em redes sociais, como o que ocorreu com a plataforma X no Brasil.
“Isso poderia criar um precedente perigoso para a liberdade de expressão”, disse Trump, em referência ao caso brasileiro. O presidente também mencionou que o novo modelo de aquisição poderia fortalecer a segurança e a soberania digital dos EUA.
Apesar de rumores divulgados pela Bloomberg de que autoridades chinesas considerariam apoiar Musk na aquisição do TikTok, a ByteDance negou qualquer negociação nesse sentido.
O TikTok segue como centro de uma disputa entre Washington e Pequim, com críticos apontando que o governo Trump busca usar o caso para pressionar a China e fortalecer empresas americanas como o X e o YouTube.
A polêmica reforça os debates sobre soberania digital, segurança nacional e liberdade de expressão em um cenário global de tensões geopolíticas.