O influenciador Ivan Baron, que participou da posse de Lula subindo a rampa do Planalto, pediu veto ao PL 4.614/2024, que altera critérios de acesso ao BPC (Benefício de Prestação Continuada). Em vídeo publicado no sábado (21), Baron defendeu o benefício como essencial para pessoas com deficiência e idosos.
O projeto restringe o BPC a pessoas com deficiência em grau “moderado” ou “grave”, excluindo casos leves. A proposta, parte do pacote fiscal do governo, foi aprovada com mudanças pelo Congresso. O presidente Lula se comprometeu a vetar o trecho criticado, segundo o senador Jaques Wagner (PT-BA).
Perfis de direita criticaram Baron por cobrar o governo. Vídeos dele subindo a rampa foram usados nas redes sociais contra o influenciador.
Com paralisia cerebral, Baron classificou o projeto como “retrocesso”. Ele destacou que o BPC é um direito de milhares de pessoas com deficiência e baixa renda. O benefício é pago a idosos a partir de 65 anos ou pessoas com deficiência, cuja renda familiar per capita seja inferior a 25% do salário mínimo (R$ 353 atualmente) – ou, em casos excepcionais, abaixo de meio salário mínimo.
“Não podíamos aceitar calados. Com articulação, avançamos. Agora é #VetaLula”, disse Baron.
Muito triste 😂 pic.twitter.com/WmC6tCEM4r
— Joaquin Teixeira (@JoaquinTeixeira) December 20, 2024
Baron criticou o cadastro biométrico obrigatório e a atualização do benefício a cada 24 meses. “Deficiência é permanente, não desaparece em dois anos”, afirmou.
Ele também questionou a inclusão de outras rendas sociais no cálculo do BPC. “Isso empurra as pessoas à miséria, impedindo que suas famílias trabalhem. É indigno”, disse.
A proposta recebeu críticas dentro do próprio PT, que recomendou debate com o governo sobre os impactos no BPC. A equipe econômica prevê uma economia de R$ 12 bilhões até 2030 com as mudanças.
O governo tenta aprovar o pacote fiscal antes do recesso parlamentar, mas enfrenta resistência de congressistas insatisfeitos com o repasse de emendas.