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Zema critica gestão do PT: "Herdei um estado arrasado"

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), falou abertamente sobre os desafios herdados de governos anteriores e as dificuldades fiscais enfrentadas pelo Estado. Em entrevista ao programa diária Alive, do jornalista Claudio Dantas, Zema apontou erros da gestão do PT, detalhou as medidas adotadas para equilibrar as contas públicas e criticou o aumento da taxa de juros sob o governo federal.

“Herdei um estado arrasado, administrado pelo PT, que cometeu barbaridades. Entre 2017 e 2018, 240 mil servidores públicos tiveram seus nomes incluídos no SPC porque o governo descontava empréstimos consignados, mas não repassava às instituições financeiras. Isso, pelo que sei, é apropriação indébita, mas nada aconteceu”, afirmou Zema.

Ele destacou os esforços para reparar os danos. “Devolvemos quase R$ 14 bilhões às prefeituras que foram subtraídos pela gestão passada. Não faço isso para me gabar, mas porque é minha obrigação.”

Zema enfatizou a necessidade de revisão na política de juros para estados endividados. “Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul enfrentam uma dívida que cresce mais rápido que a arrecadação. É como quem financia uma casa própria: no início, compromete 10% do salário, mas, anos depois, está pagando 50%. Isso é insustentável”, disse.

Ele criticou os vetos do presidente Lula no programa de recuperação fiscal Propague, destacando que a exclusão de dívidas bancárias do plano prejudicou o estado: “Deu-se algo, mas tirou-se outra coisa. Precisamos de soluções reais, mas, de toda forma, a redução de juros no longo prazo pode nos levar a aderir ao Propague.”

Atualmente, Minas tem uma dívida de R$ 165 bilhões. Segundo Zema, cada ponto percentual a mais na taxa Selic custa R$ 1,65 bilhão ao estado. “Isso equivale a R$ 150 milhões por mês ou R$ 5 milhões por dia, valores que a arrecadação não acompanha”, alertou.

A entrevista ocorreu em meio a um clima de tensão entre Zema e o presidente Lula. O governador tem se mostrado cauteloso quanto a participar de eventos com o presidente em Minas Gerais, como a entrega das obras da BR-381. Segundo fontes próximas, Zema avalia se os encontros serão “institucionais” ou “armadilhas” para desgastá-lo politicamente.

“Em ocasiões anteriores, fomos escanteados de forma deselegante, como no leilão da BR-381. Caso o evento seja institucional e sem pegadinhas, minha presença está garantida. Caso contrário, não irei participar”, afirmou uma fonte do Palácio Tiradentes.

A postura firme de Zema reflete sua estratégia de não ceder a eventuais manobras que possam prejudicar sua imagem, enquanto mantém o foco em reconstruir as finanças e a infraestrutura de Minas Gerais.

Outro ponto abordado foi a situação da CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais). “Nos anos de gestão petista, a empresa investiu fora do estado, como na Light, no Rio de Janeiro, e em Belo Monte, enquanto deixava Minas sucateada. Quando assumi, muitas indústrias não conseguiam operar por falta de energia estável”, criticou.

Zema destacou que, sob sua gestão, a CEMIG se desfez de ativos deficitários, como a Light e Belo Monte, gerando prejuízos contábeis de R$ 14 bilhões. “Hoje, 100% dos investimentos da CEMIG são feitos em Minas Gerais, para beneficiar os mineiros, e não para atender interesses políticos de grupos específicos.”

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Redação

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