Dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação revelam que as viagens internacionais do presidente Lula e sua comitiva somaram R$ 46,8 milhões em 2023. Hospedagem, transporte, serviços e eventos compõem os custos. Apenas a viagem a Nova York para a Assembleia Geral da ONU, em setembro, custou R$ 13 milhões, incluindo R$ 6,9 milhões em hospedagem no hotel JW Marriott e R$ 5,8 milhões em aluguel de veículos.
A Presidência justificou que Lula ficou hospedado na residência oficial do Representante Permanente do Brasil na ONU, sem custo extra ao erário, e que a comitiva de 109 pessoas utilizou acomodações de alto custo devido à natureza do evento.
Gastos detalhados por viagem
- Azerbaijão (COP29): R$ 5,05 milhões, mesmo sem a presença de Lula, que foi representado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin devido a questões médicas.
- Itália: R$ 3,9 milhões, incluindo R$ 1 milhão em hospedagem e R$ 2,4 milhões em transporte. A viagem incluiu reuniões do G7 e uma cerimônia no Vaticano.
- México: R$ 2 milhões, com R$ 1,14 milhão para hospedagem e R$ 605 mil para transporte. A viagem enfrentou problemas técnicos no avião presidencial, o que gerou repercussão negativa após declaração de Lula sobre compra de novos aviões.
- Genebra: R$ 2,4 milhões, com participação em eventos da ONU e um lançamento de selo comemorativo.
- Outras viagens: Santiago (R$ 2,3 milhões) e Bogotá (R$ 1,8 milhão).
Em nota, a Presidência afirmou que os custos refletem o alto preço de serviços em cidades como Nova York e que os encontros internacionais foram “investimentos para recolocar o Brasil no cenário global”. Ainda assim, os gastos foram criticados, com comparações feitas ao valor de benefícios do Bolsa Família.
Em 2023, as despesas totais com viagens internacionais chegaram a R$ 70 milhões. O episódio ressalta o debate sobre a austeridade em tempos de dificuldades econômicas internas.