Por Observatório Para Um Brasil Soberano
Poucas pessoas compreenderam o marxismo e sua tradição de forma tão profunda quanto Olavo de Carvalho. Com um repertório extenso e uma abordagem única, Olavo oferecia uma visão heterodoxa sobre o comunismo. Para ele, o comunismo não deveria ser analisado apenas como uma ideologia competindo nos espaços de debate público, mas como um movimento político internacional estruturado, que mobiliza meios, pessoas e grupos de maneira disciplinada e coerente com uma agenda interna predefinida. Essa perspectiva encontra respaldo na obra de Lênin e na doutrina do “partido ilegal”, formulada pela Terceira Internacional Comunista (Comintern). Essa estratégia foi desenvolvida para garantir a continuidade do movimento revolucionário em contextos de repressão e ilegalidade, adotando uma estrutura bipartida:
- Uma parte pública, operando em sindicatos, movimentos sociais e outras frentes;
- Uma parte clandestina, responsável por manter a direção política, organizar atividades insurrecionais e preservar a integridade do movimento em situações de repressão.
No centro dessa estrutura estava o centralismo democrático, que combinava debates internos para decisões estratégicas com execução centralizada e disciplinada. Essa organização fragmentada, baseada em células pequenas e interconectadas, assegurava a sobrevivência do movimento mesmo em caso de repressão severa.
A Relação com o Crime Organizado
Um aspecto menos debatido, mas crucial, era o vínculo entre as atividades clandestinas e o crime organizado. Para financiar suas operações, os partidos clandestinos frequentemente recorriam a meios ilícitos, como assaltos, contrabando sequestros e extorsões. Em alguns casos, essa necessidade operacional levou a colaborações com redes criminosas, que ofereciam recursos e logística em troca de proteção ou apoio estratégico. Essa relação ajudou a construir uma infraestrutura paralela que financiava as operações, adquiria armamentos e sustentava militantes.
Embora a Terceira Internacional tenha sido dissolvida, suas estratégias, doutrinas e deliberações vieram a público. No entanto, permanece a questão: as estratégias atuais seriam diferentes? Caso o movimento comunista tenha realmente sobrevivido ao colapso da União Soviética, é plausível que suas ações continuem alinhadas a uma agenda internacional coordenada, ainda que operando de forma diferente nos dias de hoje.
O Caso Zheng Xiao Yun: Um Reflexo de Conexões Internacionais?
Paralelamente às discussões sobre política internacional, um caso no Brasil chama atenção: o do empresário Zheng Xiao Yun, conhecido como Marcos Zheng. Figura outrora respeitada por suas contribuições às relações sino-brasileiras, Zheng se tornou o centro de investigações criminais.
Preso em 2020 por liderar um esquema de desvio de testes de Covid-19 e equipamentos de proteção, ele é agora apontado como líder de uma máfia chinesa que inunda São Paulo com metanfetamina, em parceria com traficantes mexicanos e nigerianos. A Operação Heisenberg revelou sua ligação com locais usados para a fabricação e distribuição da droga, além de sua suposta participação na exploração sexual de mulheres chinesas.
Apesar de sua defesa alegar desconhecimento das atividades ilícitas, Zheng já havia sido condenado a nove anos de prisão em 2020, mas estava em liberdade enquanto recorria. Sua prisão recente, ocorrida em um motel, encerra a trajetória de um empresário que, à primeira vista, parecia ser um elo positivo entre Brasil e China.
O Papel da China no Caso Yun
A China possui uma política anti-drogas extremamente rígida em seu território, o que levanta dúvidas sobre como um empresário com tamanho destaque poderia operar uma rede criminosa sem o conhecimento ou consentimento das autoridades chinesas. Isso suscita questões relevantes:
- Quais serão as sanções do governo chinês contra Zheng Xiao Yun?
- A China prestará esclarecimentos oficiais sobre as atividades de Zheng no Brasil?
- Haverá um pedido formal de desculpas às autoridades brasileiras?
Dada a centralização e o controle estatal característicos do governo chinês, é difícil imaginar que suas ações tenham passado completamente despercebidas. Caso a China decida abordar o caso publicamente, isso pode se tornar uma questão diplomática delicada, especialmente considerando os reflexos para as relações sino-brasileiras. O caso de Zheng Xiao Yun ilustra as complexas conexões entre crime organizado, interesses políticos e relações internacionais. Além de reforçar a ideia de que movimentos globais, sejam políticos ou criminosos, muitas vezes operam de maneira interconectada, ele também desafia os limites da diplomacia e da transparência entre nações.
Respostas de 2
Lula faz escola com o Não Sabia
A intenção é óbvia, ele quer dinheiro, seja de covid-19, seja de metanfetamina. Com dinheiro se compra tudo, no Brasil, até almas de deputados, senadores e juízes. Daí vejo uma quantidade nunca vista de traficantes obtendo liberdade no STF.