A ofensiva verbal de Donald Trump contra o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira (18), com o presidente dos Estados Unidos admitindo, por meio de sua equipe econômica, que considera a possibilidade de demissão do chefe da autoridade monetária.
Questionado por jornalistas, o diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett, confirmou que o tema está sendo analisado pela Casa Branca.
“O presidente e sua equipe continuarão analisando o assunto”, afirmou o assessor, alimentando especulações sobre uma eventual substituição no comando do Fed.
Na véspera, Trump voltou a atacar Powell publicamente e defendeu a redução imediata da taxa de juros no país, em linha com as medidas adotadas pelo Banco Central Europeu. “A demissão de Powell não pode vir rápido o suficiente”, escreveu o presidente, chamando o chefe do Fed de “atrasado” e dizendo que ele “sempre chega tarde demais e errado”.
Trump argumenta que, com a queda dos preços do petróleo e dos alimentos, além dos lucros com tarifas, o Fed já deveria ter reduzido os juros.
“Os preços do petróleo caíram, os alimentos estão mais baratos e os EUA estão enriquecendo com as tarifas”, disse.
Mais tarde, após encontro com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, Trump reafirmou a insatisfação com Powell e deixou clara sua intenção: “Se eu pedir, ele vai embora”, afirmou o presidente.
A política monetária é um dos pilares de tensão entre Trump e o Federal Reserve. O presidente insiste em cortes agressivos nos juros para estimular a economia, enquanto Powell tem adotado postura mais cautelosa diante dos riscos inflacionários.