Criminosos armados com fuzis e metralhadoras invadiram ontem à noite a delegacia de Campos Elísios (60ªDP), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Eles tentavam resgatar Rodolfo Manhães Viana, o Rato, um dos chefes do Comando Vermelho. Dois policiais ficaram feridos.
Hoje, Cláudio Castro, que se acha governador, foi ao X mostrar toda sua indignação: “Vejam só vocês. O vagabundo terrorista que ontem orquestrou o ataque à delegacia em Duque de Caxias foi beneficiado pela famosa saidinha dos ‘direitos humanos’.”
Lembrei na hora de Eduardo Paes, que se acha prefeito, em meio a mais uma das enchentes do Rio. Foi ao X pedir para os moradores evitarem a região do Maracanã, pois o rio estava transbordando. Fiz piada com a situação e ele ficou magoado. Um dia desses ele fez algo semelhante ao narrar o bloqueio de uma rua por criminosos.
Essa é a nova safra de políticos que adoram demonstrar indignação nas redes sociais em busca de engajamento e, talvez, de uma forma para encobrir sua flagrante incompetência.
Castro e Paes podem falar grosso agora contra o crime, enquanto planejam a próxima eleição, mas se dobraram à ADPF das Favelas, ao lobby de ONGs financiadas pelo crime e a um sistema jurídico corrompido.
Lembrei-me de outra conversa com Paes, dessa vez sobre a ponte que Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, mandou construir entre Brás de Pina e Cordovil por 10% do valor orçado pela Prefeitura. Lembro da indignação do prefeitinho, dizendo que ia entrar lá e mandar demolir. Demoliu nada.
O Rio faliu socialmente e institucionalmente porque, muito antes, faliu moralmente.