A semana começou agitada para o mercado financeiro. Com a nova decisão Copom no dias 7 de maio e a expectativa de uma nova alta na taxa Selic, o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (05/05) trouxe atualizações importantes nas projeções de inflação, juros, câmbio e crescimento econômico.
Mas o que realmente chama atenção não está apenas no ajuste das expectativas, e sim nas oportunidades que podem se abrir para investidores pacientes e atentos ao ciclo de juros – especialmente considerando quem investe em títulos públicos prefixados (e.g. Tesouro Prefixado ou LTN).
Neste artigo, você entenderá:
As principais revisões do Boletim Focus;
O que esperar da decisão do Copom e do Fed; e
Como a duration pode multiplicar seus ganhos em um cenário de queda da Selic.
Principais revisões do Boletim Focus
Inflação e Selic: o mercado começa a ver o fim do ciclo?
A expectativa para o IPCA de 2025 caiu pela terceira semana consecutiva, de 5,55% para 5,53%, segundo o Focus. Ainda assim, a inflação continua acima do teto da meta de 4,5%, o que mantém o Banco Central sob pressão para controlar os preços por meio de uma taxa de juros (Selic) alta.
Já a projeção da taxa Selic caiu de 15,00% para 14,75%. Esse movimento é importante: após 16 semanas sem o mercado alterar as expectatias quanto à Selic, o mercado voltou a ajustar para baixo, sinalizando a expectativa de que o ciclo de alta pode estar próximo do fim.
PIB e câmbio: estabilidade no radar
As projeções para o PIB de 2025 permanecem em 2,00%, sem alterações. O câmbio, por sua vez, apresentou leve valorização do real, com o dólar caindo de R$ 5,90 para R$ 5,86.
Veremos!
Copom e Fed: semana decisiva para os juros
O Copom se reúne nos dias 6 e 7 de maio, e a expectativa consensual é de uma alta de 0,50 ponto percentual, levando a Selic para 14,75% ao ano a maior desde 2016.

Na última ata, o comitê indicou que a próxima alta seria menor do que 1 ponto percentual, e recentemente Gabriel Galípolo, Presidente do Bacen, deixou claro que 0,25 pp está descartado. Ou seja: a decisão está praticamente precificada.
Para os próximos passos, o mercado aposta em:
Nova alta de 0,50 pp agora em maio; e
Estabilidade até novembro;
Enquanto isso, o Federal Reserve dos EUA também decide os juros nesta semana, o que adiciona ainda mais tensão ao cenário.
Como a duration pode multiplicar seus ganhos em um cenário de queda da Selic?
O segredo dos investimentos em renda fixa está na duration
Com a taxa Selic próxima do pico, potencialmente, abre-se uma janela de oportunidade para investidores que anteciparem o ciclo de queda dos juros. E é aí que entra o conceito de duration – que nada mais é do que o tempo médio em que o investidor recupera o valor aplicado, ajustado ao valor presente.
Quanto maior a duration, maior a sensibilidade do título prefixado à queda dos juros. Em outras palavras: quanto mais longa a duration, maior o ganho potencial quando a Selic começa a cair.
Porém nós nunca temos certeza de quando a taxa de juros começará ou finalizará um ciclo de alta. Por isso é importante ter muita paciência e persistência para ir montando a posição aos poucos.
É necessário ter bastante sangue frio, porque no meio do caminho a taxa de juros pode continuar subindo antes de cair. E se a taxa de juros sobe, o preço dos títulos desce! Se a taxa de juros desce, o preço dos títulos cai. Entendeu como funciona?
💥 Na prática: se você comprou um título prefixado com vencimento longo (como uma LTN ou Tesouro Prefixado com vencimento em 2030) nos últimos meses, já pode estar colhendo alguns frutos. Com a expectativa de Selic em 10% até 2028, o ganho de capital pode ser relevante.
Volatilidade: prefixados longos não são para os fracos
Mas atenção mais uma vez: a volatilidade desses títulos é alta, especialmente quando a Selic sobe. O gráfico abaixo mostra o comportamento de uma LTN 2030 durante 2024 — e é praticamente uma montanha-russa, tão volátil quanto a bolsa em certos momentos.

Esse efeito ocorre porque, com a duration elevada, pequenas variações nas expectativas de juros afetam fortemente o preço de mercado do título.
Tem alguentar bem o sobe e desce!
Simulação: quanto teria ganhado quem comprou 10 títulos por mês?
Entre 2014 e 2015, todo último dia útil do mês, um investidor aplicou R$ 10 mil na NTN-B Principal com vencimento em 2035. Mesmo enfrentando forte volatilidade nas taxas, que foi agravada pelo cenário político que culminou no impeachment da presidente Dilma, o investidor manteve a estratégia, com muita paciência e persistência.
Esse exemplo é baseado em fatos reais, numa operação que eu fiz para mim e para o meu sobrinho mais velho, que tinha nascido mais ou menos na época (ele não pegou o movimento todo).
Durante a crise, os títulos chegaram a desvalorizar na marcação a mercado. Mas com a estabilização e a queda da Selic de mais de 14% para perto de 10%, o valor de mercado disparou, como é possível verificar no gráfico abaixo.

🟢 Resultado: lucro expressivo para quem teve paciência e entendeu o efeito da duration. Neste caso, foi mais de 100% de retorno, sem ter que esperar o título vencer em 2035.
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