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Sob governo Lula, confiança nas Forças Armadas despenca

A confiança dos brasileiros nas Forças Armadas despencou nos últimos meses, atingindo um dos níveis mais baixos já registrados. Sete em cada dez brasileiros dizem não confiar no Exército, Marinha e Aeronáutica, segundo pesquisa Atlas divulgada pela CNN Brasil. Apenas 24% ainda demonstram confiança, enquanto 4% não souberam responder.

O levantamento foi realizado com 817 entrevistados entre 11 e 13 de fevereiro. Os participantes foram recrutados de forma aleatória na internet, e os dados foram calibrados para refletir a composição demográfica da população adulta do Brasil.

A pesquisa mostra uma queda contínua na confiança da população nas Forças Armadas desde abril de 2023, quando 46% confiavam na instituição. Em julho do mesmo ano, esse número caiu para 36%, e agora chegou a 24%.

O CEO da AtlasIntel, Andrei Roman, avalia que a deterioração da imagem militar está diretamente ligada à polarização política.

O principal, nessa piora recente, é que, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), houve toda uma polarização da imagem das Forças Armadas. Quem era bolsonarista adorava os militares e os via de forma positiva; e quem era de esquerda passou a ter um certo desprezo pelos militares. Era uma polarização quase metade-metade (…)”, afirmou Roman.

Ele acrescenta que a mudança de governo aprofundou essa crise de imagem.

Na medida em que o Exército e os militares ficaram cada vez mais calados, depois que o Lula (PT) assumiu o governo, muitos bolsonaristas passaram a atacar o comando das Forças e de desqualificá-los como traidores, dizer que eles não tiveram coragem de se levantar para defender Bolsonaro (…). Essa imagem mais negativa das Forças está cada vez mais enraizada entre os bolsonaristas, por motivos diferentes dos da esquerda”, completou.

Desde o início do governo Lula, as Forças Armadas têm sido alvo de investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, que envolveria Jair Bolsonaro e aliados como o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto – ambos negam qualquer envolvimento. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, declarou à PF que o ex-presidente articulou um golpe, mas não obteve apoio do então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes.

Segundo a delação de Cid, Bolsonaro teria apresentado uma minuta para decretação do estado de defesa, mas Freire Gomes se recusou a apoiar. O então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, teria dado sinais de concordância, mas tanto ele quanto Bolsonaro negam.

Outras instituições

A Polícia Federal é atualmente a instituição que mais inspira confiança entre os brasileiros, com 53% de aprovação. A Polícia Militar vem logo atrás, com 50%, seguida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que tem 49% de confiança. Por outro lado, o Congresso Nacional é a instituição menos confiável, com apenas 9% de apoio e 82% de rejeição. As igrejas evangélicas também registram baixa credibilidade, com apenas 18% de confiança, enquanto 73% não confiam.

A pesquisa também investigou a opinião dos brasileiros sobre pautas em discussão no Congresso Nacional. A proposta com maior apoio é a redução de gastos públicos, com 54% a favor e 28% contra. A população se divide quanto à anistia dos presos de 8 de janeiro, com 51% favoráveis e 49% contrários. Já a tentativa de manter o controle parlamentar sobre as emendas impositivas tem apenas 32% de apoio, enquanto 83% rejeitam a ideia de reduzir o prazo de inelegibilidade dos atingidos pela Lei da Ficha Limpa.

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Redação

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