O Brasil fechou 2024 com US$ 329,7 bilhões em reservas internacionais, uma queda de 7,1% (US$ 25,3 bilhões) em relação ao ano anterior. O recuo está ligado à venda de dólares pelo Banco Central para conter a disparada da moeda norte-americana.
Em dezembro, o BC injetou US$ 20,07 bilhões no mercado à vista e realizou leilões de linha de US$ 15 bilhões, empréstimos que retornam às reservas posteriormente. A intervenção ocorreu durante a valorização de 27% do dólar em 2024, que fechou o ano a R$ 6,18.
A alta do dólar foi impulsionada por fatores como conflitos internacionais, redução de juros nos EUA, a eleição de Donald Trump e dúvidas sobre a condução fiscal do governo Lula. O mercado reagiu com desconfiança ao pacote de contenção de gastos anunciado em novembro.
As reservas internacionais, aplicadas em ativos seguros como títulos do Tesouro dos EUA, funcionam como proteção contra crises externas. A gestão cambial é feita pelo Banco Central, que ganhou autonomia em 2021.
As reservas incluem depósitos em diferentes moedas (dólar, euro, libra, iene), ouro e direitos especiais de saque no FMI. “A alocação segue o tripé segurança, liquidez e rentabilidade”, afirma o BC.
Essas reservas garantem estabilidade em momentos de crise e ajudam a suavizar variações no câmbio, essencial para a previsibilidade do mercado financeiro.