A bancada do Republicanos na Câmara, partido do novo presidente da Casa, Hugo Motta (PB), decidiu rejeitar a formação de uma federação partidária com o PP e o União Brasil. A proposta foi discutida em reunião nesta terça-feira (4), e, embora a decisão final dependa da executiva nacional do partido, a posição da bancada dificulta bastante a concretização dessa aliança. Está prevista uma nova reunião até a próxima semana para definir os próximos passos.
Segundo membros do Republicanos, o presidente da legenda, Marcos Pereira (SP), deve acatar a decisão dos deputados e dificilmente seguirá contra o posicionamento da bancada. Antes de qualquer anúncio oficial, Pereira também pretende discutir a situação com os presidentes do União Brasil, Antonio Rueda, e do PP, Ciro Nogueira.
Desde o ano passado, os três partidos vinham dialogando sobre a possibilidade de formar uma federação, que, caso se concretize, teria a maior bancada tanto na Câmara, com 153 deputados, quanto no Senado, com 17 senadores. Nos bastidores, parlamentares dos três partidos acreditavam que as negociações ganhariam força após a eleição da nova cúpula do Congresso Nacional, que aconteceu no sábado (1º). O ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), era um dos principais defensores do acordo.
No entanto, a federação obrigaria os três partidos a atuarem juntos em todos os estados por pelo menos quatro anos, o que gerou resistência. Deputados do Republicanos, em especial, temiam perder o controle sobre os diretórios municipais e estaduais com a chegada de novos parlamentares. Além disso, a sigla se sente fortalecida após a eleição de Hugo Motta para a presidência da Câmara e espera atrair novas filiações durante a janela partidária de 2026.
A reunião de terça-feira também definiu Gilberto Abramo (MG) como o novo líder do Republicanos na Câmara, substituindo Hugo Motta no cargo.