O governo Lula quer ampliar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, mas enfrenta dificuldades para aprovar a medida no Congresso. O principal entrave é a proposta do Ministério da Fazenda de compensar a perda de arrecadação com aumento de impostos para quem ganha acima de R$ 50 mil por mês.
O ministro Fernando Haddad afirmou que a equipe econômica já finalizou o modelo de compensação fiscal para evitar impacto nas contas públicas. No entanto, até parlamentares aliados reconhecem que a taxação de altos salários pode gerar desgaste político e resistência no Legislativo.
Além da taxação sobre rendimentos elevados, há pressão para que o governo inclua a tributação de lucros e dividendos como alternativa de compensação. A Unafisco Nacional sugere uma alíquota de 5% sobre esses valores.
A oposição critica a reforma, argumentando que a correção da tabela do IR deveria ocorrer anualmente para acompanhar a inflação, sem necessidade de criar novos impostos. Deputados oposicionistas defendem que o governo busque equilíbrio fiscal com cortes de gastos, redução de ministérios e fim de supersalários, em vez de recorrer a aumentos de tributos.
A proposta faz parte das 25 prioridades econômicas do governo para 2025 e deve ser analisada pela Câmara dos Deputados nos próximos meses. O embate entre taxação e ajuste fiscal promete dominar as discussões no Congresso.