A crise no IBGE atingiu um novo patamar, com 651 servidores, incluindo 289 chefes, exigindo a saída do presidente do instituto, Marcio Pochmann. Escolha pessoal de Lula, Pochmann enfrenta acusações de autoritarismo e de comprometer a credibilidade da instituição.
O desgaste começou desde sua nomeação, em 2023, quando nem mesmo a ministra do Planejamento, Simone Tebet, foi consultada. Desde então, a resistência interna cresceu, e agora envolve diretores de diversas áreas, afastando a crise da mera disputa sindical.
Servidores denunciaram, em carta aberta, que Pochmann tenta impor uma agenda ideológica ao instituto. A crise se agravou com a publicação do anuário “Brasil em Números 2024”, que incluiu um prefácio da governadora Raquel Lyra (PSDB-PE), exaltando políticas locais – um caso inédito de politização de um documento técnico.
A crise também divide o próprio governo. Aliados de Lula admitem que a nomeação de Pochmann foi um erro e que sua condução autoritária prejudica a imagem do IBGE. A oposição usa o caso para reforçar a narrativa de aparelhamento de instituições públicas.
Enquanto Pochmann mantém apoio de setores da esquerda, como o MST e as frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, o instituto segue rachado. Com a saída de diretores e denúncias de censura interna, a credibilidade do IBGE está cada vez mais ameaçada sob a gestão petista.