Só nesta semana, Lula disse que vai relançar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e distribuir gás de graça a 22 milhões de famílias; enquanto Geraldo Alckmin reciclou o projeto Nova Indústria Brasil, falando em 113 bilhões para a indústria de defesa. Dias atrás, o presidente dos Correios, Fabiano de Souza, alegou que a taxa das blusinhas teria sido responsável por 2,2 bilhões dos 3,2 bilhões de reais de prejuízo da estatal; e semanas atrás Fernando Haddad garantiu, ao lado do secretário da Receita, Robinson Barreirinhas, que a ampliação do monitoramento do PIX tinha como alvo o crime e a lavagem de dinheiro, anunciando investigação contra aqueles que espalharam a ‘fake news’ sobre a óbvia sanha arrecadatória.
O custo da promessa de Lula sobre a ampliação do Gás para Todos está previsto no PL enviado no ano passado ao Congresso em mais de 13 bilhões de reais – há quem calcule esse valor em 20 bilhões. Não há dinheiro para tanto, por isso o governo retirou a urgência do projeto. Tampouco há recursos orçamentários para um novo PAC e muito menos para a NIB de Alckmin, que até recalculou as metas de reindustrialização de 2026 para 2033. Como mostrei ontem, o presidente dos Correios também mentiu sobre o impacto da taxa das blusinhas, uma vez que seu cálculo não encontra respaldo no próprio balanço da estatal. Por fim, Haddad e Barreirinhas foram desmentidos pela própria Receita, que na exposição de motivos da ‘portaria do PIX’, revelada ontem, está mais que evidente o objetivo de ampliar a arrecadação.
É impressionante a desfaçatez dessa gente.
Não bastasse o mito da picanha e da cervejinha, o PT de Lula agora enfrenta repetidas denúncias de corrupção, inclusive com desvios de recursos para a distribuição de quentinhas à população miserável. No Congresso Nacional, a oposição avança na instalação de várias comissões parlamentares de inquérito e distribui ao Ministério Público, à Polícia Federal, ao Tribunal de Contas da União e outros órgão de controle uma série de requerimentos de informação e pedidos de investigação de prejuízos e suspeitas de fraudes. A consultoria técnica da Câmara alertou que a trajetória do déficit fiscal consumirá, não só o investimento, mas os gastos correntes e que há risco de shutdown da máquina pública em 2027.
Fugir dos problemas que se avolumam e tentar ludibriar o pagador de impostos com a antecipação da campanha de 2026 não vai funcionar, Lula, nem com marqueteiro ou com feiticeiro.