Fabiano Silva dos Santos, o Edward John Smith dos Correios, saiu-se dias atrás com a desculpa de que R$ 2,2 bilhões dos R$ 3,2 bilhões do prejuízo da estatal em 2024 teriam sido resultado da queda do fluxo de encomendas internacionais após a aplicação da taxa das blusinhas.
Todos nós da imprensa repercutimos sua fala como uma posição oficial, como se fosse baseada em dados de balanço criteriosamente analisados. Mas, quando se trata de Fabiano Silva dos Santos, é preciso rever os cálculos. Ao revê-los, concluo que a cifra lançada pelo advogado filiado ao Prerrô não pára de pé. Reparem no fluxo das encomendas internacionais de 2020 a 2024:
Volume de objetos internacionais postados
2020: 52.645.115
2021: 116.201.913
2022: 157.090.161
2023: 204.305.039
2024: 176.732.577
Resultado líquido dos Correios
2019: R$ 102.121 mi
2020: R$ 1.503.376 bi
2021: R$ 2.276.469 bi
2022: – R$ 808.781 mi*
2023: – R$ 596.625 mi
2024: R$ 3.2 bi**
Na prática, temos no ano passado uma redução de 13% no volume de objetos internacionais postados em comparação com 2023, e ainda o segundo melhor resultado em cinco anos. Percebam ainda que o número total de objetos internacionais postados do ano passado foi muito superior ao de 2021, quando a estatal fechou com lucro de R$ 2,2 bilhões. Na prática, a taxa das blusinhas parece ter influência nula sobre o resultado global da empresa.
Fabiano Silva dos Santos não pode fraudar o balanço dos Correios e nem mentir sobre dados oficiais.
Nota da Redação:
* O balanço de 2022 teria sido alterado pela gestão de Fabiano, que retirou do ar o balanço da gestão do general Floriano Peixoto.
** Como ainda não foi publicado o balanço de 2024, não é possível fazer um comparativo da receita bruta operacional. O valor de R$ foi apresentado pelo Banco Central.