O presidente do IBGE, Marcio Pochmann, justificou a inclusão de um prefácio da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), no anuário Brasil em Números como contrapartida por financiamento do governo estadual. No entanto, Banco do Nordeste e Sudene, apontados como financiadores, negaram qualquer aporte, expondo uma contradição na fala do chefe do instituto.
A inserção de um texto assinado por um político do Executivo é inédita na história da publicação e gerou forte reação interna. Servidores criticaram a quebra da imparcialidade e relataram que a decisão foi imposta pela cúpula do IBGE, ignorando alertas sobre riscos de politização.
Em meio à crise, Pochmann enfrenta crescente oposição dentro do órgão. A polêmica sobre o anuário se soma ao desgaste provocado pela criação da Fundação IBGE+, que gerou protestos inéditos e levou o Ministério do Planejamento a suspender a iniciativa.
O governo de Pernambuco não esclareceu se financiou a versão impressa do anuário, e o IBGE não divulgou valores recebidos nem o custo da publicação. O espaço segue aberto para manifestação.