Documento foi encontrado pela PF no computador do militar da reserva
A PGR se posicionou nesta sexta-feira (25) contra o pedido da defesa do general da reserva Mario Fernandes para converter sua prisão preventiva em domiciliar. A decisão, assinada por Paulo Gonet, leva em conta a confissão do militar sobre a autoria do plano “Punhal Verde e Amarelo”, entregue ao STF.
“O acusado admitiu ter idealizado e produzido o documento do plano ‘Punhal Verde e Amarelo’. As afirmações confirmam a hipótese acusatória e, se interpretadas à luz de todo o contexto probatório, tornam inverossímil presumir que o requerente, após confeccionar o material, não o divulgou a seus pares, denunciados por delitos da mesma natureza”, disse o procurador-geral.
O general está preso desde novembro de 2023, após a Polícia Federal encontrar em seu computador o documento que previa o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. A operação da PF integrou o inquérito que apura a suposta tentativa de golpe de Estado.
No depoimento ao STF, Mario Fernandes reconheceu que redigiu o plano, mas alegou que se tratava de uma análise pessoal, sem intenção de ação.
“Esse arquivo digital nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado. Um compilar de dados, um estudo de situação meu, uma análise de riscos que eu fiz e por costume próprio resolvi digitalizar. Não foi apresentado a ninguém e nem compartilhado com ninguém”, afirmou.
Alexandre de Moraes já havia negado dois pedidos anteriores da defesa para conversão da prisão, em 14 de abril e 7 de julho. Após as recusas, os advogados recorreram com um agravo regimental, agora contestado pela PGR com base nas provas do inquérito.