Márcio Pochmann perdeu a batalha para a criação da tal fundação IBGE+, uma estrutura paraestatal pela qual o economista parecia querer captar recursos privados para financiar estudos e pesquisas. Diante da reação institucional que levou à demissão de vários diretores e manifestações públicas dos servidores, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, resolveu suspender temporariamente a iniciativa.
“[O ministério e o IBGE] Resolvem, em comum acordo, suspender temporariamente a iniciativa da Fundação de Apoio à Inovação Científica e Tecnológica do IBGE (IBGE+), proposta apoiada pelo MPO [ministério], para o desenvolvimento institucional e a ampliação das fontes de recursos para o IBGE”, diz a nota.
O ministério informou ainda que estão sendo mapeados “modelos alternativos que podem ensejar alterações legislativas, o que requererá um diálogo franco e aberto com o Congresso Nacional”. Na mesma nota, o Planejamento afirma que apoiará, por meio do Orçamento em tramitação no Congresso, a formulação do Censo Agropecuário de 2025 — o governo Lula (PT) não havia previsto na peça recursos para a realização da pesquisa, provavelmente na expectativa de obter apoio privado.
A criação do IBGE+ é uma excrescência por dois motivos: estatística públicas não podem ter interferência privada ou ideológica e qualquer iniciativa do tipo teria de ser submetida antes ao Congresso. Como publicamos mais cedo, a iniciativa foi questionada pelo senador Rogério Marinho em representação oferecida ao TCU.
Uma resposta
Suspender temporariamente? É meio caminho andado para ele se armar.