O Estadão informa que as empreiteiras resolveram elaborar uma proposta “a ser apresentada ao governo para estimular a população atendida por programas sociais, como o Bolsa Família, a se apresentar para trabalhar nos canteiros de obras”. “Na visão dos empresários, os programas sociais se tornaram ‘concorrentes’ uma vez que a maior parte das pessoas que recebe auxílio fica de fora do mercado de trabalho formal”, diz. O plano, ainda em gestão, envolveria “uma possível campanha das vantagens de se trabalhar nas obras até sugerir parâmetros mais flexíveis que os atuais para o público trabalhar sem perder a bolsa”.
Parece que o wokismo chegou à construção civil. É ridículo, para dizer o mínimo.
Se as construtoras estão com dificuldade de encontrar mão de obra, devem pressionar o governo a restringir o Bolsa Família e não criar exceções, como a da tal “regra de proteção” que permite ao beneficiário seguir recebendo parte da assistência por até 24 meses, mesmo trabalhando com carteira assinada. A reportagem, editorializada, defende a visão do governo sobre o auxílio e serve de balão de ensaio para uma proposta que tem DNA petista. Apesar de ostentar os baixos índices de desemprego atuais, todos sabemos que essa bolha criada com injeção bruta de recursos públicos e ampliação absurda da máquina tem data para acabar e será antes de 2026.
Hoje, o Bolsa Família alcança mais de 54 milhões de pessoas. O controle é frágil, o que permite todo tipo de fraude e ainda benefícios inadequados para adultos ativos que deveriam estar no mercado ajudando a girar a roda da economia, a geração de riqueza e até a arrecadação pública, ampliando o investimento. Depois de 21 anos de existência, está evidente o mal causado pelo programa e por todas as políticas assistencialistas de viés populista. Uma sociedade que não valoriza o trabalho, mas o assistencialismo, está fadada à falência e ao retrocesso.
O caminho a seguir é o trilhado pelo prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira, que visita a casa de cada beneficiário para verificar sua real situação econômica e, se necessário, oferecer um posto de trabalho de uma lista de empregos anunciados pelas empresas locais. Bolsa só para quem estiver em situação de miséria e sem condições de trabalhar; para o resto o benefício deve ser suspenso. Não há estímulo maior para qualquer pessoa do que a necessidade. Se quiser conhecer melhor essa iniciativa, clique no link abaixo e assista à entrevista que fiz com o prefeito: