Guilherme Boulos é um burguês que passou a vida adulta identificando-se como sem-teto. Empunhando a bandeira de terceiros, chegou a deputado federal e, agora, quer ser chamado de prefeito. É possível que, mesmo não sendo eleito, exija uma plaquinha na porta, elevador e banheiro exclusivo. O golpe está aí, cai quem quer.

A mídia woke está fazendo a sua parte. Hoje, me deparei nos jornais com ‘análises’ que garantem que o psolista foi o vencedor do debate de ontem com Ricardo Nunes, apesar das tentativas infrutíferas de lançar sobre o prefeito (que é prefeito mesmo) um manto de suspeição, reciclando acusações sem provas e suspeitas que não renderam inquérito, muito menos condenações.

O comportamento de ontem parecia o de um garoto mimado, perdido no próprio personagem, sem propostas reais e disposto a baixar o nível do debate, o que só não aconteceu porque o emedebista não caiu nas provocações — talvez inspirado pelo guru Michel Temer. Fez bem.

Nunes deve se concentrar em exibir os números de sua gestão. Ao sanear as contas da Prefeitura, garantiu capacidade recorde de investimento. Ou seja, arrumou a casa para o próximo mandato, no qual poderá promover as melhorias exigidas pelo eleitor paulistano na educação, na saúde, na segurança e na mobilidade urbana.

Imagine entregar esse ativo — mensurado através de um orçamento de mais de R$ 100 bilhões — nas mãos de alguém que nunca ocupou um cargo executivo e ainda promete adotar o modelo econômico Lula-Haddad? Além disso, Boulos exibe um desempenho parlamentar pífio e pertence a um partido rejeitado pelo eleitor em todos os municípios nos quais disputou o primeiro turno.

Acho difícil que o paulistano se identifique com isso aí.