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O Brasil e o comodismo estrutural: uma ode à preguiça e à malandragem

O Datafolha fechou 2024 com uma pesquisa sobre o apoio popular ao Bolsa Família. O instituto informa que ouviu 2.002 pessoas em idade superior a 16 anos em 113 municípios espalhados por todas as regiões do país, embora não disponibilize detalhes. Seja como for, o resultado não surpreende: 71% dos entrevistados se disseram favoráveis ao programa e também à sua expansão. Apenas 16% consideraram sua redução e 10% gostariam de vê-lo extinto.

Hoje, o Bolsa Família é de 600 reais, mas esse valor pode aumentar com adicionais de 150 reais para cada criança de até seis anos e de 50 reais para gestantes, crianças e adolescentes entre 7 e 18 anos. Ele se soma a outros benefícios, como vale-gás, BPC, tarifa social de energia elétrica etc. São 20,7 milhões de famílias beneficiadas em 5.570 cidades, num total de 54,3 milhões de pessoas. Dos 216 milhões de habitantes, pouco mais de 100 milhões estão inseridos no mercado de trabalho.

São números exuberantes. Na prática, uma metade do país sustenta a outra metade e esta é estimulada financeiramente pelo governo a se multiplicar e ainda demanda mais assistência, o que gera uma pressão social poderosa e que vem sendo usada pelo atual governo como ferramenta política e de gestão, colocando uns cidadãos contra os outros e fazendo esses uns pagarem a conta dos demais; uma conta que só cresce e se tornará impagável em breve.

Abordei esse problema em artigo recente aqui sobre a suposta queda recorde no desemprego; também já usei a Argentina pré-Milei como exemplo para demonstrar o colapso dessas políticas assistencialistas.

A pesquisa do Datafolha traz outras informações importantes, como a de que o apoio maior à redução dos programas está entre as pessoas de maior escolaridade (24%) e que reprovam a gestão de Lula (23%). Dos eleitores de Lula, 81% defendem a ampliação do benefício. Entre os bolsonaristas, esse número é de 56%. Está aí o “uns contra os outros”. A maioria dos brasileiros (67%), pelos mesmos motivos expostos; considera sua renda familiar insuficiente.

Ao avaliar esses números não posso deixar de comparar os beneficiários do Bolsa Família que querem mais benefícios com boa parte de nossas autoridades, nos 3 Poderes, que abusam da máquina pública para se darem cada vez mais privilégios e benesses. É o mesmo tipo de gente: egoísta e preguiçosa, sem empatia, malandros!!!

Concluo que o Brasil sofre de uma espécie de comodismo estrutural, que só será devidamente combatido a partir de uma guerra cultural travada por aqueles de espírito republicano, que pensam no bem coletivo, que acreditam no trabalho e na meritocracia, que enxergam esse tipo de Estado como uma ilha da fantasia, um inimigo. Essa guerra está sendo travada em outros lugares do mundo neste exato momento, inclusive aqui na vizinha Argentina e a política é o caminho mais rápido para a mudança, para se construir uma sociedade livre e próspera.

Esse caminho vem sendo interditado diariamente pelos malandros.

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Claudio Dantas

Claudio Dantas

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