20 de setembro de 2024
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NetLab: milhões sem contrato e relatório de trabalho sigiloso

Há dois meses revelei que o NetLab da UFRJ, um dos principais núcleos de produção de conteúdo contra a direita no Brasil, era financiado por fundações privadas de viés globalista, como Open Society, Ford Foundation, OAK, Climate and Land Use Alliance e Galo da Manhã. Agora, descobre-se que os milhões escoados por essas entidades não estão lastreados em qualquer contrato ou convênio, o que torna tudo ainda mais suspeito. A informação foi fornecida pelo próprio grupo de pesquisas ao responder a um requerimento de informação encaminhado pela Liderança do Partido Novo na Câmara após minha reportagem. Na resposta, o NetLab diz que “estabelece com seus apoiadores” relação de diferentes naturezas: doação financeira, chamada pública, acordo de parceria, colaboração sem recursos e termo de execução descentralizada. Os milhões dos globalistas entram na conta da instituição por meio de “doação financeira – sem assinatura de convênio ou contrato”. “Essas doações não possuem encargos nem contrapartidas por parte da Universidade, que tem plena autonomia para aplicar os recursos financeiros na pesquisa”, diz.

Considerando todos os “apoios” para seus projetos desde 2020, o NetLab informa ter obtido um total de R$ 9,64 milhões (veja tabela abaixo), com um salto nas parcerias a partir do ano passado, após o retorno de Lula ao poder. Vários desses projetos estão em vigor e se estendem ao longo de duas eleições (2024 e 2026). As entidades privadas representam quase 75% das fontes de recursos, sendo 53,4% de origem internacional. Apesar do evidente alinhamento político-ideológico dessas organizações, o grupo de pesquisas alega que seu trabalho prima pela “máxima liberdade acadêmica”. Mas quem acompanha a publicação de artigos e estudos, festivamente replicados em sites de notícias, jornais e TVs, percebe o mesmo viés globalista com foco permanente na tentativa de criminalizar o discurso de direita ou de qualquer um que critique o atual governo e o STF.

Isso fica latente nas linhas de pesquisa e no conteúdo produzido. O NetLab diz que os projetos financiados e em vigor se concentram em estudos sobre “Meio Ambiente e Mudança Climática”, “Economia Política da Desinformação” e “Desinformação de gênero e discurso de ódio”. No caso da segunda linha de pesquisa, a produção é focada no “estudo das relações econômicas e políticas que sustentam a indústria da desinformação online, como anúncios e publicidade com golpes, fraudes e roubo de dados dos usuários das plataformas online”. O conceito de “indústria da desinformação” tem sido amplamente utilizado pelas autoridades de plantão para sugerir a existência de um setor organizado e dedicado à desinformação, o que justificaria a aprovação urgente de uma legislação para regular a produção e disseminação de conteúdo online. Censura, claro.

No documento, o grupo diz que também realiza estudos sobre “Ciência, Negacionismo e Teorias da Conspiração” e “Política, Eleições e Desinformação”, mas que esses estudos não recebem recursos financeiros.

No documento, o grupo diz que também realiza estudos sobre “Ciência, Negacionismo e Teorias da Conspiração” e “Política, Eleições e Desinformação”, mas que esses estudos não recebem recursos financeiros. Não quer dizer muita coisa, quando boa parte do dinheiro que entra no NetLab não tem respaldo em contratos ou convênios.
Além disso, o mesmo NetLab informa que “os relatórios de prestação de contas referentes às doações e parcerias privadas são de caráter sigiloso”. “A divulgação inadvertida e descontextualizada dessas informações sobre entes privados pode violar obrigações pactuadas entre as partes, assim como, poderá gerar danos aos apoiadores, os quais são passíveis de indenização”, alega. Que tipo de informação produzida por um simples grupo de pesquisa acadêmica justificaria o sigilo?

Apesar da pouca transparência e das respostas evasivas, é possível ter uma ideia mais clara da produção acadêmica esperada por cada apoiador financeiro. No caso da Open Society, o NetLab informou, na resposta ao requerimento de informação, que o projeto em andamento busca, entre outras coisas, “desenvolver tecnologia e métodos de pesquisa para diagnosticar as estratégias de comunicação utilizadas em plataformas de mídia social – incluindo anúncios e diferentes técnicas computacionais – para manipular a opinião pública brasileira sobre questões como agenda ambiental e ataques à imprensa, meios de comunicação e jornalistas”.
No escopo do projeto para o Instituto Galo da Manhã, o NetLab diz que deseja se tornar um “observatório de anúncios” veiculados em plataformas digitais, para identificar “padrões e problemas na publicidade digital”, como “quem está gastando dinheiro com anúncios fraudulentos, quais tópicos estão sendo patrocinados, quanto está sendo gasto, que tipos de campanha estão sendo executados”. Na prática, o grupo de pesquisa parece atuar como fiscal da agenda woke, produzindo dados e ferramentas que podem ser usadas para constranger anunciantes e agências de publicidade.
Esse mesmo objetivo consta do projeto apoiado pela Ford Foundation, que fala em “continuar o esforço de coleta, arquivo e análise de anúncios políticos e sensíveis servidos em plataformas digitais, tais como Meta e Google, que produzirão informações detalhadas sobre tópicos, anunciantes, dinheiro investido, métricas de audiência e o impacto dos anúncios nas mídias sociais”. “O objetivo final é fornecer subsídios para que a sociedade encontre caminhos de como lidar e mitigar os mecanismos econômicos que permitem o funcionamento das campanhas de desinformação”. Tudo cheira à censura.
Ressalta-se que, apesar de dizer que não atua em moderação de conteúdo, o projeto do NetLab financiado pela Ford prevê “experimentos sobre os padrões de recomendação algorítima e moderação de conteúdos em plataformas de redes sociais”. “O nosso objetivo é descobrir privilégios sistemáticos e repetitivos dados a conteúdos tóxicos pelos sistemas de recomendação das plataformas digitais” e “identificar as práticas de monetização e estratégias de desinformação entre plataformas”. No caso da OAK, a pesquisa também fala em averiguar o “impacto das plataformas digitais no jornalismo, considerando as especificidades do ecossistema de mídia do país e as ameaças representadas pela propaganda computacional, manipulação da mídia e estratégias de desinformação”. Um dos resultados esperados é o “mapeamento do ecossistema de portais de ‘junk news’ brasileiros”.
Como escrevi no sábado, um passo importante foi dado por Elon Musk e pela oposição nos EUA para virar o jogo contra a agenda woke impulsionada por metacapitalistas, como George Soros e Pierre Omidyar. A oposição no Brasil vai ficar parada? Se a pior ditadura é a do Judiciário, a censura mais eficaz é a econômica.

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Claudio Dantas

Claudio Dantas

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