Em participação no Roda Viva dessa segunda-feira (10), o ministro da Defesa, José Múcio, disse que o orçamento das Forças Armadas brasileiras está entre os menores da América do Sul e, com isso, podendo comprometer projetos estratégicos e a capacidade operacional no país.
De acordo com Múcio, os gastos militares somam apenas 1,1% do PIB, ao passo que o setor judiciária consome cerca de 1,5%. Ele aind afirma que essa realidade coloca o Brasil bem abaixo da recomendação da OTAN, que orienta um investimento mínimo de 2% para países sem conflitos.
“Nós não temos dinheiro para absolutamente nada”, disse Múcio, ao comentar as dificuldades enfrentadas pela pasta.
O ministro defendeu a PEC do senador Carlos Portinho (PL-RJ), que busca garantir um orçamento mínimo de 2% do PIB para a Defesa. Sem essa garantia, argumenta Múcio, programas essenciais como o desenvolvimento de submarinos e a aquisição de caças Gripen ficam comprometidos.
“O dinheiro acabou e ficamos sem recursos para absolutamente tudo”, admitiu.
Apesar das restrições, as Forças Armadas permanecem conduzindo os trabalhos em situações de emergência no país, tal como a mobilização de 20 mil soldados para o Rio Grande do Sul e três mil para o Pantanal, em resposta a desastres naturais.
“Nosso contingente é pequeno, mas menor ainda é o nosso investimento”, complementou.
O ministro também criticou um vídeo publicado pela Marinha em dezembro de 2024, no qual a corporação destacava os “privilégios” da carreira militar em comparação à sociedade civil. “Aquele vídeo foi uma imprudência, foi inoportuno. Foi num momento péssimo”, avaliou. O vídeo foi publicado pouco depois de o governo incluir os gastos militares no pacote de revisão fiscal, o que acabou gerando insatisfação entre os militares.
Após a repercussão do vídeo, a publicação foi retirada das redes sociais. No X, é possível encontrar comentários dos usuários sobre o post mas a publicação já foi apagada.
A crise orçamentária da Defesa coloca em pauta um cenário de cortes e restrições no governo, mostrando o contraste entre as promessas feitas e a realidade das contas públicas.
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