O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), já classificou a Meta como “uma das maiores colaboradoras da Justiça Eleitoral” no Brasil. A declaração foi feita em abril de 2024, durante discurso na USP, quando Moraes destacou a atuação do WhatsApp, um dos serviços da big tech, nas eleições.
“O WhatsApp, a Meta na verdade, é uma das maiores colaboradoras da Justiça Eleitoral porque sabe o potencial de desinformação e que foi instrumentalizada até as eleições de 2020”, afirmou Moraes.
A fala ocorreu enquanto o ministro defendia a responsabilização das big techs por conteúdos ilícitos, especialmente impulsionados e monetizados. Moraes mencionou reuniões com as plataformas, destacando que o que gera engajamento são “conflitos ou conteúdos fofos”.
O cenário mudou com o anúncio de Mark Zuckerberg, nesta terça-feira (7), sobre o fim do programa de checagem de fatos da Meta. A empresa passará a adotar um modelo semelhante ao do X (ex-Twitter), permitindo que usuários adicionem notas às postagens.
Zuckerberg afirmou que a Meta colaborará com Donald Trump, presidente eleito dos EUA, para “resistir a governos que pressionam por censura”. O CEO também criticou políticas latino-americanas, afirmando que “tribunais secretos” ordenam a remoção de conteúdos.
A Meta trava um embate com o STF, que julga a responsabilização de plataformas digitais por publicações de seus usuários. Em dezembro, a empresa divulgou nota afirmando que “nenhuma grande democracia do mundo tentou implementar algo semelhante ao julgamento do STF”.
O confronto marca um reposicionamento da Meta, agora mais alinhada a Musk e Trump.