Uma pesquisa do PoderData, realizada entre 25 e 27 de janeiro de 2025, revela que 61% dos brasileiros acreditam que os preços das compras no mercado e das contas aumentaram nas últimas semanas. Apenas 10% disseram que os valores diminuíram, enquanto 20% notaram estabilidade.
Os dados reforçam a preocupação da população com a inflação e a perda do poder de compra. Esse cenário já pressiona a avaliação do governo Lula, que enfrenta crescentes índices de desaprovação, segundo pesquisas recentes.
A percepção de alta nos preços atinge tanto homens quanto mulheres, mas com leve diferença: 63% dos homens disseram ter sentido o aumento, contra 60% das mulheres.
Entre as faixas etárias, idosos acima de 60 anos são os mais afetados, com 65% relatando alta nos preços. Já os brasileiros de 25 a 59 anos registraram 60% e os mais jovens, de 16 a 24 anos, também 61%.
A percepção da alta nos preços varia conforme a região do país. O Norte lidera a sensação de aumento, com 67% dos entrevistados relatando alta, seguido pelo Sul (65%) e pelo Centro-Oeste e Sudeste (ambos com 61%).
Já o Nordeste apresentou a menor percepção de aumento, com 57% dos entrevistados relatando alta nos preços, embora esse número ainda seja expressivo.
A pesquisa aponta que a percepção da alta de preços cresce entre pessoas com maior escolaridade e renda. Aqueles com ensino médio foram os que mais sentiram o aumento (64%), enquanto os que possuem ensino fundamental registraram 58%. Entre os que têm ensino superior, o percentual foi de 61%.
O impacto da renda também é relevante: quem ganha entre 5 e 10 salários mínimos foi o grupo que mais percebeu a alta (69%), enquanto entre os que recebem até dois salários mínimos, 58% notaram o aumento.
A pesquisa também questionou os entrevistados sobre a expectativa para os preços no futuro próximo. 84% dos brasileiros acreditam que os preços continuarão subindo ou, no mínimo, permanecerão iguais, demonstrando descrença na capacidade do governo Lula de controlar a inflação.
Entre esses, 51% acham que os preços vão subir ainda mais, enquanto 33% acreditam que permanecerão estáveis. Apenas 9% veem possibilidade de queda, e 7% não souberam responder.
Os dados atuais mostram uma aceleração na percepção da inflação. Em julho de 2024, apenas 49% dos entrevistados disseram que os preços haviam subido. Agora, esse número saltou para 61%, um aumento de 12 pontos percentuais em apenas seis meses.
Além disso, a taxa dos que perceberam redução nos preços caiu de 18% para apenas 10% no mesmo período, reforçando a insatisfação da população com o aumento no custo de vida.