Lula nunca elegeu um senador do PT para a Presidência do Senado. Nem em seus dois primeiros mandatos, nem agora. Sempre ficou na mão do Centrão e seu principal aliado na Casa naqueles tempos foi Renan Calheiros (MDB-AL), segundo senador com mais mandatos no comando da Câmara Alta, atrás apenas de José Sarney (MDB-AP).
Agora, no caso de Davi Alcolumbre (União-AP), também teve que se render a acordos políticos.
Na Câmara, o último petista a ocupar a Presidência foi Marco Maia (RS), de 2010 anos 2013, substituindo Michel Temer e conquistando um segundo mandato. Lá se vão 12 anos. Até o impeachment de Dilma Rousseff, PT e MDB se revezavam na Casa Baixa.
Outros que comandaram a Câmara foram João Paulo Cunha (PT-SP), de 2003 a 2005; e Arlindo Chinaglia (PT-SP), de 2007 a 2009. Entre eles, também presidiu Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
Mesmo sem o domínio total do Congresso, Lula conseguiu aprovar projetos estratégicos durante seu primeiro mandato. No entanto, a governabilidade foi marcada pelo escândalo do Mensalão, um esquema de corrupção organizado pela cúpula petista para comprar o apoio de parlamentares. A crise política gerada pelo escândalo prejudicou as negociações do governo com o Congresso, minando sua influência e enfraquecendo sua base de apoio.
No terceiro mandato, a relação do petista com Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi marcada por desconfiança e isolamento. Parlamentares que não fazem parte da base governista denunciam a dificuldade de diálogo com Lula e a falta de articulação do Planalto. Essa rigidez acaba desfavorecendo o povo, que é o maior interessado no avanço de políticas públicas no Brasil.
Com um índice de desaprovação de 51% e uma popularidade em queda, Lula enfrenta desafios para manter sua influência política e cumprir promessas de campanha que seguem estagnadas. O Congresso continuará sendo um fator decisivo para o futuro do petista e para o caminho de um possível sucessor em 2026.