O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (20) que policiais devem usar câmeras corporais para evitar que operações em comunidades ocorram “só para matar as pessoas”. Durante entrevista à rádio Tupi FM, do Rio de Janeiro, Lula disse que o tiro deve ser “a última coisa a se fazer”, mas ponderou que, em caso de confronto, “não se pode culpabilizar só a polícia”.
“Nós queremos que os policiais entrem com câmera para a gente saber se ele vai ser violento ou não antes de qualquer coisa”, declarou.
Lula citou um episódio em que um tiroteio no Rio de Janeiro ocorreu no momento em que ele inauguraria um hospital. “Minha equipe de segurança não queria mais ir. Liguei para o governador [Cláudio Castro (PL)] e falei: nós vamos. Quando chegamos, o tiroteio parou. Mas dizem que, quando saí, voltou”, relatou.
Ele criticou o modelo de policiamento nas favelas: “Nós não podemos ter polícia só para entrar na favela e atacar, matar e atirar”. Segundo ele, é preciso que os agentes “participem da vida na favela”, e não apenas realizem operações pontuais.
O presidente cobrou o Congresso para aprovar a PEC da Segurança Pública, que pretende definir o papel da União na segurança dos Estados. Lula afirmou que não pretende autorizar novas operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), alegando que a última intervenção federal no Rio custou mais de R$ 2 bilhões e “não resolveu quase nada”.
“Queremos uma ação complementar com os governadores para resolver a questão da segurança de forma definitiva”, disse Lula, enfatizando a necessidade de rapidez na tramitação da PEC.
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