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Lula concede asilo a ex-primeira-dama condenada por corrupção no Peru

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O advogado Marco Aurélio de Carvalho, aliado de Lula e coordenador do grupo Prerrogativas, celebrou nesta sexta-feira (18) a decisão do governo brasileiro de conceder asilo político à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia Alarcón, condenada por corrupção.

A gente reconhece, aplaude e louva a decisão do governo brasileiro que respeitou um tratado internacional assinado pelo Brasil, pelo Peru, em 1954. Todas as regras diplomáticas foram rigorosamente observadas. O Brasil deu um show de diplomacia”, afirmou ao site Poder360.

Nadine, que chegou ao Brasil em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), foi condenada a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro durante a campanha presidencial de 2011 ao lado do marido, o ex-presidente Ollanta Humala. O transporte oficial gerou críticas pela conivência do governo brasileiro com uma figura política já condenada pela Justiça peruana.

A chegada de Nadine ocorreu na quarta-feira (16), quando ela desembarcou em Brasília acompanhada de seu filho menor de idade. Segundo o advogado, a utilização de aeronave da FAB está prevista na Convenção de Asilo Diplomático de Caracas, de 1954, da qual o Brasil é signatário. Ele alega que o Estado que concede o asilo é também responsável pela segurança e transporte do asilado.

Marco Aurélio afirmou ainda que sua atuação no caso foi voluntária e não tem relação com o governo Lula, apesar de sua conhecida proximidade com o presidente petista.

Entrei nisso de forma voluntária, espontânea e gratuita a pedido dos advogados que compõem a defesa da Nadine, por conta do meu trabalho no Prerrogativas. Nós começamos a acompanhar o caso antes, inclusive, do presidente Lula ser eleito. Não tem nenhuma relação com isso”, disse.

A ex-primeira-dama peruana ficará em São Paulo com o filho. De acordo com a defesa, a mudança de Brasília para a capital paulista foi custeada por recursos privados, sem envolvimento financeiro do governo brasileiro.

Segundo o Itamaraty, o salvo-conduto que permitiu a saída de Nadine e seu filho do Peru foi emitido após os trâmites formais, com base no tratado internacional. O advogado defende que o asilo teve também caráter humanitário, já que Nadine estaria se recuperando de uma cirurgia recente.

Em tom de justificativa, Marco Aurélio reforçou: “Toda a rapidez e a velocidade [do deslocamento] se deve ao fato de que o governo peruano entendeu que os requisitos estavam preenchidos e concedeu, na mesma hora, o salvo-conduto”.

A iniciativa do governo Lula de usar a FAB para transportar uma condenada por corrupção, mesmo sob amparo jurídico, evidencia o contraste entre o discurso público de combate à impunidade e a prática de blindagem a aliados políticos ideológicos.

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