O governo dos Estados Unidos atualizou, nesta sexta-feira (18), uma página oficial da Casa Branca sobre a covid-19, trazendo novas declarações que reforçam a tese de que o vírus SARS-CoV-2 teve origem em um laboratório. O conteúdo, criado durante a gestão Biden, agora sob responsabilidade da administração Trump, afirma que todos os casos da doença se originaram de uma única introdução em humanos, o que, segundo o governo, contrasta com pandemias anteriores, onde foram registrados múltiplos eventos de contágio.
De acordo com a nova versão do texto, pesquisadores do Instituto de Virologia de Wuhan (WIV) apresentaram sintomas semelhantes aos da covid-19 ainda no outono de 2019, meses antes dos primeiros casos serem oficialmente identificados em dezembro daquele ano, no mercado de alimentos de Wuhan.
A Casa Branca afirma que a origem do vírus estaria ligada a um “incidente laboratorial” envolvendo experimentos de “ganho de função”, técnica usada para alterar geneticamente organismos e potencializar funções biológicas. Segundo o governo, o Sars-CoV-2 apresenta características biológicas “não encontradas na natureza”.
Em tom crítico, o governo dos EUA acusou autoridades de saúde pública de enganar a população americana com “mensagens conflitantes, reações impulsivas e falta de transparência”. A administração Trump também denunciou o que chamou de tentativa deliberada de descredibilizar tratamentos alternativos e suprimir a teoria do vazamento de laboratório.
“Mais flagrantemente, o governo federal demonizou tratamentos alternativos e desfavoreceu narrativas, como a teoria do vazamento de laboratório, em um esforço vergonhoso para coagir e controlar as decisões de saúde do povo norte-americano”, afirma o texto.
A teoria de que o vírus poderia ter escapado de um laboratório é discutida desde o início da pandemia, mas até o momento, não há comprovação científica conclusiva sobre essa hipótese. Ainda assim, a Casa Branca afirma que a publicação da revista Nature, intitulada “The Proximal Origin of SARS-CoV-2” e divulgada em março de 2020, foi usada por autoridades e pela imprensa para suprimir a narrativa do vazamento. Segundo o governo, a publicação teria sido impulsionada por Anthony Fauci, então principal conselheiro médico da Casa Branca, com o objetivo de promover a ideia de que a covid teria origem natural.