A pesquisa Atlas, divulgada nesta segunda-feira (17), apontou que apenas 24% das pessoas ainda demonstram confiança nas Forças Armadas. Essa porcentagem vem caindo ao longo do governo Lula. A cientista política e advogada Carol Sponza participou do programa ALive, do jornalista Claudio Dantas, e argumentou que podem existir motivos para essa queda. Um deles é a sensação de insegurança com o atual cenário de violência no país.
“Resta saber se isso é por toda a questão que se esperava que as Forças Armadas fizessem um golpe no Brasil ou se é pelo caos que a gente está vivendo com a violência. A gente realmente precisa de uma nova função para as Forças Armadas, porque a gente tem um número de violência no Brasil que se assemelha ao de um país em guerra civil”, disse.
Para Claudio Dantas, as Forças Armadas precisam ter o seu lugar de atuação muito bem definido para que possam executar com excelência o trabalho de defesa do país.
“As Forças Armadas não têm que entrar em política, elas têm que ter uma doutrina muito moderna, de engajamento, para aquilo que é essencial: defesa da soberania”, disse Claudio.
Elas “deveriam ser treinadas também para combater o crime organizado”, que hoje ameaçam a soberania brasileira, disse. Carol concordou com a fala e apontou a ausência completa do Estado em determinados territórios.
“O prédio onde eu morava há um tempo atrás, isso já tem pelo menos uns 15 anos, se você não pagasse um pedágio para a milícia ali do crime organizado, você não conseguia entrar e sair do prédio. Quando eu comprei o apartamento, fiquei muito impressionada ao ver que isso estava vindo na folha de pagamento do condomínio”, afirma Carol.
Por fim, Carol Sponza ressaltou a necessidade de revisar o papel desempenhado por forças policiais e militares na atuação contra o crime organizado.
“Que horas a gente vai conseguir integrar todas as forças policiais, todas as forças de segurança do país e realmente enfrentar o crime organizado? A sensação que dá é que o Rio de Janeiro realmente não tem solução”, conclui.
Com um presidente mais qualificado e uma atuação mais organizada e incisiva, talvez a confiança da população brasileira nas Forças Armadas volte a subir.
