Deputados e senadores de oposição vão usar as reuniões de hoje e amanhã com Jair Bolsonaro para aconselhá-lo a ajustar o discurso sobre as manifestações de 16 de março, depois do vídeo de ontem em que o ex-presidente falou em ‘Fora, Lula só em 2026’ e que a prioridade é a Anistia. Dentre os argumentos para convencê-lo, está o de que a ‘queda livre’ na popularidade do petista, somada à insatisfação crescente da população com a alta dos alimentos, tem o potencial de levar milhares de pessoas às ruas.
Como registrei ontem, o Fora, Lula! deve ser um retumbante Fora, Esquerda! e tudo que esse governo trouxe de volta, sobre os pilares da incompetência e da corrupção. O caminho para enfraquecer o próprio Supremo, que rejeita a Anistia, é retirando de cena seu principal instrumento de poder político: Lula. Com a população nas ruas contra o petista, seu desgaste será muito maior e consistente, impedindo que medidas populistas, como a isenção do IR e o vale-gás, possam dar sobrevida à sua gestão.
Além disso, a pauta Anistia não agrega tanto quanto o Fora, Lula. É um tema urgente, sim, mas que não está na ordem do dia da maioria da população, cada vez com menos dinheiro no bolso para comprar comida. Trata-se de uma pauta restritiva, que, somada à polêmica revisão da Lei da Ficha Limpa, dá ao governistas um discurso: o de que Bolsonaro e seu grupo querem apenas se salvar e não salvar o país.
Se essa narrativa colar, muita gente que rejeita Lula, critica o STF e quer o fim da agenda woke ficará em casa no dia 16 de março. É hora de encher as ruas.
Uma resposta