Um exercício militar venezuelano na quarta-feira (24) causou um incidente na fronteira com o Brasil, gerando reações do governo Lula. O chanceler Mauro Vieira entrou em contato com seu homólogo venezuelano para exigir explicações após forças venezuelanas entrarem por alguns metros no território brasileiro, em Pacaraima (RR).
A movimentação de armamentos venezuelanos, sem aviso prévio, alarmou moradores e forças brasileiras. Vídeos feitos por residentes mostraram veículos militares cruzando brevemente a fronteira para realizar um retorno. Apesar de o governo classificar o episódio como um “incidente” e não uma invasão, o Itamaraty considerou necessário cobrar uma resposta formal de Nicolás Maduro para evitar precedentes perigosos com países fronteiriços.
Dentro do governo, fontes relataram que a situação foi vista como um “descuido” e, ao mesmo tempo, uma “exibição desnecessária” de Maduro. Um alto integrante afirmou que o líder venezuelano estava “fazendo graça” e que não houve ameaça concreta ao Brasil.
O Exército brasileiro acompanhou de perto o ocorrido e chegou a reposicionar blindados próximos à fronteira. Contudo, a ação não foi caracterizada como uma violação territorial que pudesse configurar um ato de guerra.
O episódio levanta questionamentos sobre a falta de firmeza do governo Lula em lidar com episódios fronteiriços e a postura de Maduro em ações militares que busca “reafirmar” poder regional sem respeito às normas internacionais.