A União Europeia anunciou nesta terça-feira (20) o 17º pacote de sanções contra a Rússia, intensificando a pressão econômica sobre Moscou, e mirando indiretamente países que dependem do petróleo russo, como o Brasil. O endurecimento foi confirmado horas após a declaração do líder conservador alemão Friedrich Merz, que informou: “A Europa aumentará a pressão sobre Moscou por meio de sanções. Foi isso que acordamos com @POTUS após a sua conversa com Putin.”
Europa und Amerika sind hier sehr geschlossen: Wir werden die Ukraine auf dem Weg hin zu einem Waffenstillstand eng begleiten. Europa wird den Druck auf Moskau durch Sanktionen erhöhen. Darauf haben wir uns mit @POTUS nach seinem Gespräch mit Putin verständigt.
— Bundeskanzler Friedrich Merz (@bundeskanzler) May 19, 2025
Novo jogo
Embora as novas medidas não interrompam totalmente o comércio, elas afetam o transporte do petróleo russo por meio da chamada “shadow fleet”, uma frota de 350 petroleiros que dribla as restrições impostas pelo Ocidente. Esses navios são responsáveis por escoar cerca de 85% do petróleo exportado pela Rússia, com destino principalmente à China, Índia e Brasil, todos parceiros de Vladimir Putin no bloco dos Brics.
Prepare
No caso brasileiro, o impacto pode ser direto. A Rússia se consolidou em 2024 como principal fornecedora do diesel importado pelo país.
“70% dos 30% é importado aqui da Rússia”, disse Lula ao comentar o desequilíbrio da balança comercial entre os dois países.
Segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), 63,6% do diesel importado pelo Brasil neste ano veio da Rússia, um salto em relação aos 50,4% registrados em 2023.
A pressão internacional acontece num momento em que chanceleres da União Europeia apertam o cerco à frota fantasma e seus métodos de escoamento que utilizam os portos russos. As sanções não miram diretamente os países compradores, mas tornam mais complexas as transações, o que pode acabar se refletindo no preço dos combustíveis no Brasil.