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Elon Musk encontra 2.786 pessoas “vivas” com mais de 200 anos nos registros de previdência

Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) de Trump, compartilhou hoje (17) números curiosos da Previdência Social americana (Social Security). Enquanto cientistas colocam o limite biológico da vida humana em torno de 120 anos, a previdência dos Estados Unidos tem registradas como não-mortas 2.786 pessoas com 200 anos ou mais. Com 120 anos de idade ou mais, são quase 12,5 milhões de pessoas. 

“Talvez [a série] Crepúsculo seja verdade e haja muitos vampiros sacando aposentadora”, comentou Musk com sarcasmo. A revisão de dados faz parte de seus esforços para limar o desperdício do governo. 

O número total da tabela não bate com a população americana: estão registradas 394 milhões de pessoas ainda vivas, mas a população do país tem o total de 334 milhões. Sobre esta discrepância, Musk disse que “poderia ser a maior fraude na história”. 

Obviamente, há erro nos dados, mas revelar fraude será um pouco mais difícil que comparar números. A previdência americana gera números identificadores para não-cidadãos que ganhem vistos para entrar no país, por exemplo. Isso explica em parte por que há mais elegíveis registrados que cidadãos dos EUA. 

Nem todos os registrados recebem benefícios. A própria previdência informa em seu site que o total de beneficiários é de 73 milhões. Desses, 54 milhões são trabalhadores aposentados, 1,8 milhão são cônjuges de aposentados e 717 mil são seus filhos. Um dos outros benefícios além da aposentadoria por tempo de serviço e contribuição é o benefício para deficientes, com 8,3 milhões de favorecidos. 

A Social Security já fez auditoria interna do fenômeno dos centenários. Um relatório de julho de 2023 assinado pela então diretora interina da previdência, Kilolo Kijakazi, concluiu que a entidade “não estabeleceu controles para registrar informação de morte” nos casos que “excedem as expectativas de vida máximas razoáveis”. 

O documento confirma a existência de 18,9 milhões de registrados com 100 anos ou mais, relatando que o censo dos Estados Unidos estima que o número real de centenários é de 86 mil. 

O número excedente de Matusaléns era conhecido pelo Estado ao menos desde 2015, segundo o relatório. Porém, apesar dos repetidos avisos, a previdência “discordou” das recomendações para reduzir o número. 

Um sinal de fraude seria que algum dos multicentenários recebesse algum benefício. O relatório concluiu que quase nenhum dos 18,9 milhões recebem. São 44 mil pessoas, pouco mais da metade dos centenários conhecidos pelo censo. 

Mas ninguém fez, aparentemente, o trabalho de comparação para descartar que nenhuma dessas pessoas tem mais de 120 ou 200 anos. Ainda há possibilidade de Elon Musk achar algum Nosferatu entre esses 44 mil anciães. 

No Brasil, o Censo 2022 encontrou 37,8 mil centenários. São 0,02% da população. O IBGE descobriu que quase metade deles vivem no Nordeste, com liderança da Bahia. Mas o Nordeste não tem metade da população brasileira: os nordestinos são 27% do país. Se não for uma flutuação aleatória dos números, ou o segredo da longevidade está no óleo de dendê, ou há algo de muito estranho no reino da quarta idade. 

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Eli Vieira

Eli Vieira

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