O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, respondeu nesta quarta-feira (4) às críticas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre o indiciamento de dois deputados por calúnia e difamação contra um delegado da corporação. Durante um café da manhã com jornalistas na sede da PF, Rodrigues destacou que parlamentares não têm “imunidade absoluta” para cometer crimes, mesmo em discursos no plenário.
“Precisamos separar o que é liberdade de expressão e prerrogativa parlamentar do que é crime. A Constituição garante a imunidade parlamentar, mas também protege direitos fundamentais como honra e dignidade. Não existe direito absoluto”, afirmou Rodrigues, acrescentando que a PF atua estritamente dentro da lei.
Arthur Lira havia criticado publicamente os indiciamentos dos deputados Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Cabo Gilberto Silva (PL-PB), afirmando que a tribuna do plenário é “inviolável” e que a voz dos parlamentares representa “a voz do povo”.
Rodrigues reforçou o respeito ao Parlamento, mas frisou que críticas não alteram a atuação da corporação. “Nossa garantia é a lei, não a opinião de quem quer que seja”, pontuou.
A declaração foi dada durante a mesma coletiva da Polícia Federal em que o jornal Folha de S.Paulo foi excluído, episódio que gerou uma notícia-crime e uma notícia de improbidade administrativa à Procuradoria da República do Distrito Federal, feitas pelo partido NOVO.