O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Mike Waltz, afirmou que a Ucrânia precisa “diminuir o tom” de suas críticas ao presidente Donald Trump e assinar um acordo econômico, que, segundo ele, representa a “melhor garantia de segurança que eles poderiam esperar”. A fala foi feita em entrevista à Fox News nesta quinta-feira (20).
Waltz participou do “Fox & Friends” um dia após o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sugerir que Trump está em um “espaço de desinformação” em relação às negociações de paz com a Rússia. Por meio da sua rede social, Trump respondeu chamando Zelensky de ‘ditador’ e que é “melhor agir rápido ou ele não terá mais um país”.
“Por que estamos recebendo essa resistência e certamente esse tipo de – como disse o vice-presidente, falando mal da imprensa – por tudo que a administração fez em seu primeiro mandato e tudo que os Estados Unidos fizeram pela Ucrânia é simplesmente inaceitável. Eles precisam diminuir o tom e analisar com cuidado e assinar esse acordo”, disse o principal conselheiro de segurança de Trump sobre a Ucrânia.
“Obviamente há muita frustração aqui”, acrescentou Waltz. “O vice-presidente Vance ficou muito frustrado ao deixar a Conferência de Segurança de Munique [da semana passada]. Nosso Secretário do Tesouro, que viajou até Kiev, também está frustrado, além do presidente, obviamente, que deixa sua frustração bem conhecida, e isso porque apresentamos aos ucranianos uma oportunidade realmente incrível e histórica de ter os Estados Unidos da América co-investindo na Ucrânia, investindo em sua economia, investindo em seus recursos naturais e realmente se tornando um parceiro no futuro da Ucrânia de uma forma que seja sustentável, mas também seria, eu acho, a melhor garantia de segurança que eles poderiam esperar, muito mais do que outro palete de munição”, completou.
Os EUA destinaram bilhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia desde o início da invasão russa em grande escala, há quase 3 anos. Agora, Trump busca recuperar parte desse custo garantindo acesso a minerais de terras raras, como titânio, ferro e urânio.
Na semana passada, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, entregou ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, um documento que, segundo relatos, propunha que os EUA ficassem com 50% da propriedade desses recursos no país.
Zelensky, no entanto, recusou-se a assinar o acordo, afirmando à agência Associated Press (AP) que a proposta não oferecia garantias de segurança suficientes para a Ucrânia.
“O presidente também disse o quanto ama o povo ucraniano”, disse Waltz na entrevista. “Ele foi o primeiro a armá-los em seu primeiro mandato, fizemos muito pela segurança da Ucrânia e dizer que vamos mudar a natureza de nossa ajuda daqui para frente, não acho que deva ofender ninguém”, completou.
Também nesta quinta, Zelensky disse que teve uma “reunião produtiva” com Keith Kellogg, o enviado especial do presidente dos EUA para a Rússia e a Ucrânia, em Kiev. “Sou grato aos Estados Unidos por toda a assistência e apoio bipartidário à Ucrânia e ao povo ucraniano”, escreveu Zelensky no X (antigo Twitter), acrescentando que “tivemos uma conversa detalhada sobre a situação do campo de batalha, como devolver nossos prisioneiros de guerra e garantias de segurança efetivas”.