Com o ambiente político em Fortaleza agitado devido à proximidade do segundo turno das eleições, Ciro Gomes decidiu tornar pública sua opinião após um período de silêncio que levantou especulações. Enquanto o Partido Democrático Trabalhista (PDT) lidava com divisões internas sobre o apoio a André Fernandes (PL), ligado a Jair Bolsonaro, Ciro quebrou o silêncio para criticar o Partido dos Trabalhadores (PT) e uma possível aliança do PDT com a direita.

Os conflitos surgiram quando parte da sua legenda se posicionou contra o lulopetismo no Ceará, o que gerou reações por parte dos militantes petistas. A Juventude Socialista do PDT emitiu uma nota criticando o apoio de alguns membros do partido a André Fernandes e ressaltando a herança trabalhista que não se alinha com o bolsonarismo.

Ao tratar da situação, Ciro Gomes enfatizou a complexidade do cenário político no Ceará, evitando simplificações. Ele citou o fato de que o PDT ocupa a vice-prefeitura em Salvador em parceria com o União Brasil, um partido que apoiou Bolsonaro, e em Aracaju, o PT está em oposição ao prefeito Luiz Roberto, também do PDT.

Assim, ao mencionar a prática política em âmbito nacional e regional, Ciro destacou que as relações entre partidos vão além do apoio direto a figuras políticas e incluem negociações complexas baseadas em interesses regionais específicos.

As declarações de Ciro Gomes destacaram sua crítica explícita ao PT, em particular sobre a gestão em Fortaleza. Ele expressou o desejo de ver André Fernandes no cargo, em vez de permitir que o que ele denominou como o “maior esquema de corrupção da história do Ceará” fosse premiado, caso o PT fosse eleito para governar a cidade.

As declarações de Ciro foram interpretadas como um sinal de que ele quer se manter distante politicamente do PT, ressaltando seu compromisso com os ideais trabalhistas do PDT. Ele também se mostrou disposto a revelar detalhes da burocracia interna de seu partido, se fosse preciso.

A postura de Ciro Gomes levanta a discussão sobre a neutralidade ou apoio nas eleições em Fortaleza, mostrando um dilema que vários partidos enfrentam em cenários eleitorais que envolvem alianças complexas e variadas. A escolha de Ciro suscita reflexões sobre o futuro político do PDT no Ceará e em um contexto mais amplo, no Brasil.

À medida que o debate político avança para o segundo turno das eleições, o discurso de Ciro torna-se um marco nesse processo, revelando tensões internas e interesses que vão além da disputa regional e que podem afetar a estratégia política do PDT para eleições futuras.