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Cid: Bolsonaro não assinaria minuta de golpe e não sabia sobre plano de assassinato

Na colaboração que assinou com a Polícia Federal, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, não bancou a versão propagada por Fábio Shor e Paulo Gonet, ou no mínimo apresentou uma versões contraditórias. Por exemplo, ele disse que o ex-presidente “não deveria ter conhecimento sobre um suposto plano de aliados para prender autoridades” durante uma fantasiosa tentativa de golpe, e, que apesar das diversas opiniões que cercavam o ex-presidente, Bolsonaro “não era a favor” de um golpe de Estado. 
Sobre o suposto plano de assassinato que envolvia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice, Geraldo Alckmin, e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, Cid afirmou não saber se Bolsonaro tinha conhecimento do plano. “Naquele momento ninguém botou um plano de ação, é esse ponto que eu quero deixar claro, ninguém chegou com um plano e botou um plano na mesa e falou assim, não, nós vamos prender o Lula, nós vamos matar, nós vamos espionar, eu não sei, eu não sei se tem mais embriões, mais gente, tanto que eu não estava em nenhum grupo desses.”
Se Cid não estava nos grupos citados e se não participou de nenhum planejamento, com diz, tampouco haveria de saber detalhes para entregar às autoridades. “Meu mundo era o mundo do presidente, eu não estou mentindo, não estou omitindo, a gente ouvia, eu ouvia, o general Braga Neto… tem grupos que querem cabeça do ministro, tem grupos que querem isso, a gente ouvia”, afirmou. Ouvir dizer não é informação útil à ação penal. “Claro que as pessoas estavam indignadas, claro que estava todo mundo discutindo o que tinha que fazer, o que não tinha que fazer, o que podia fazer, mas não tinha nada ali de uma ata… tinha três amigos, dez amigos, onze amigos ali, discutindo as coisas que estavam acontecendo no país. Indignados, um mais revoltado, outro mais”, disse.
Segundo ele, apesar de ser instigado por vários grupos, Bolsonaro também “tinha um pé atrás com a ideia do golpe”. Cid “acredita que o ex-Presidente não assinaria esse documento [se referindo a suposta minuta do golpe].” Da mesma forma, em seu relato à PF, Cid afirmou que o ex-presidente não queria que o “pessoal saísse das ruas”, porque ele “tinha certeza que encontraria uma fraude nas urnas eletrônicas e por isso precisava de um clamor popular para reverter a narrativa.” É impressionante que essas declarações tenham sido ignoradas por Gonet. Beira a má-fé.

GABINETE DO ÓDIO?

Em seu acordo, Cid também foi questionado sobre o tal “gabinete do ódio” que operava no terceiro andar do Palácio do Planalto. O grupo, formado por “três garotos que eram assessores” de Bolsonaro, era diretamente subordinado a Carlos Bolsonaro (PL-RJ), e que o então presidente não dirigia ou liderava os garotos. “Que era o Carlos Bolsonaro que ditava o que eles teriam que colocar, falar; que basicamente, o que acontecia era que o ex-presidente tomava conta de sua rede social Facebook; Que Carlos Bolsonaro tomava conta das outras redes do ex-Presidente (Instagram, o Twitter e os outros)”, destaca a transcrição da Polícia Federal. O grupo monitorava as redes sociais para maximizar o engajamento. “Principalmente Carlos Bolsonaro não queria que as mídias sociais do presidente fossem aquelas mídias enfadonhas”, relatou Cid.

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Mariana Albuquerque

Mariana Albuquerque

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