A China anunciou nesta terça-feira (4) novas tarifas de 10% a 15% sobre carvão, gás natural, petróleo bruto, máquinas agrícolas e automóveis dos Estados Unidos. Além disso, restringiu a exportação de minerais estratégicos, essenciais para a indústria de alta tecnologia, aeronáutica e de defesa.
Junto dessa decisão, Pequim anunciou a abertura de uma investigação à Google, a China vai investigar o gigante tecnológico norte-americano por alegada “violação das leis antitrust (práticas de monopólio)” chinesas, de acordo com um comunicado da Administração Estatal para a Regulação do Mercado do país.
Os serviços de pesquisa e de Internet da Google para os consumidores estão indisponíveis na China desde 2010, embora a empresa mantenha operações no país, principalmente em torno do seu negócio de publicidade.
A retaliação ocorre após o governo norte-americano elevar a taxação sobre produtos chineses em 10%. Pequim alega que a medida de Washington viola as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e prejudica a relação comercial entre os dois países.
As tarifas chinesas, que entram em vigor em 10 de fevereiro, incluem:
•15% sobre carvão e gás natural liquefeito;
•10% sobre petróleo bruto, máquinas agrícolas, caminhonetes e automóveis de grande cilindrada.
Entre outras medidas direcionadas, as autoridades incluíram a PVH Corp., dona da Calvin Klein, e a empresa americana de sequenciamento genético Illumina Inc. em uma lista de entidades que podem ter suas operações na China afetadas.
O controle de exportação afetará minerais como tungstênio, telúrio, bismuto, molibdênio e índio, usados na produção de semicondutores e eletrônicos.
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e do México, além de 10% sobre importações da China. Ele justificou as medidas citando imigração ilegal, tráfico de fentanil e déficits comerciais.
“A entrada de drogas ilícitas, como o fentanil, criou uma emergência nacional e uma crise de saúde pública”, declarou a Casa Branca. O governo norte-americano acusa Pequim de não agir contra o tráfico de substâncias químicas e a lavagem de dinheiro por organizações criminosas.
Xi Jinping, presidente da China e Trump conversaram por telefone antes da posse do republicano para discutir comércio, TikTok e fentanil.
Trump afirmou na segunda-feira (3) que os dois devem falar novamente “provavelmente nas próximas 24 horas”, mas Pequim ainda não respondeu publicamente à afirmação.
México e Canadá escapam com acordo
Na segunda-feira (3), a presidente do México, Claudia Sheinbaum, negociou a suspensão das tarifas por um mês. Em troca, o país enviará 10 mil agentes da Guarda Nacional para reforçar a segurança na fronteira e combater o tráfico de drogas.
Já o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, também chegou a um acordo com Trump. O governo canadense destinará US$ 1,3 bilhão para fortalecer a fiscalização na fronteira com os EUA.