O doutor em economia e diretor da FGV Roberto Castello Branco, participou nesta terça-feira (8) do programa ALive e comentou sobre o Projeto de Lei 1283/2025, que equipara milícias e facções criminosas ao terrorismo, e também criticou a PEC do ministro Ricardo Lewandowski, que pretende constitucionalizar o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP). Para Castello Branco, o projeto de Danilo Forte é muito importante para o combate ao crime organizado, enquanto a PEC representa um projeto de poder do governo Lula.
Ao comentar o PL 1283/2025, Castello Branco foi enfático ao classificar como correta a tentativa de enquadrar a atuação de facções como terrorismo.
“A classificação do terrorismo é perfeita. Basta você passar alguns dias numa favela do Rio de Janeiro e vai notar que aquilo é terrorismo”, afirmou.
Ele destacou que o Estado perdeu o controle de certos territórios e que a situação representa um risco à segurança nacional. Castello Branco ainda elogiou o autor da proposta, o deputado Danilo Forte (União-CE), e espera que o projeto siga para votação entre os parlamentares.
“Está de parabéns o deputado por essa iniciativa, que é muito boa. Tomara que o presidente Hugo Motta dê sequência e isso não fique engavetado.”
Por outro lado, Castello Branco fez críticas à PEC do ministro Ricardo Lewandowski, que propõe incluir o SUSP na Constituição. Dê acordo com ele, isso se trata de uma manobra para potencializar o controle do governo.
“Eu não consigo desvencilhar isso de um projeto para aumentar o poder do governo federal. Esse é um projeto de poder, não é um projeto de combate ao crime organizado. Que fique claro isso”, disse.
Segundo ele, a proposta tem um propósito confuso, porque forças de segurança já atuam integradas quando necessário, como em grandes eventos internacionais.
“Nas ocasiões desses eventos, as polícias e as Forças Armadas trabalham perfeitamente integradas. Então, não precisa de emenda à Constituição.”
Por fim, Castello Branco ainda alertou para a crescente força do crime organizado no Brasil e a forma com que ela já está internacionalizada.
“Eles começaram a se tornar empresas globais, com ramificação na América Latina, África e Europa. Não são mais empresas nacionais. E o Estado precisa fazer alguma coisa”, finalizou.