A eleição para a nova Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, marcada para 1º de fevereiro, aponta Hugo Motta (Republicanos-PB) como favorito à presidência. Indicado pelo atual presidente, Arthur Lira (PP-AL), Motta tem apoio do governo e da maioria dos partidos, com exceção do Psol e Novo. Seu único adversário é o Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), que não passa de uma candidatura simbólica.
A composição da Mesa deve seguir o padrão atual, com cargos distribuídos entre Republicanos, PL, PP, PT, União Brasil, PSD e MDB. A estrutura reflete alianças consolidadas desde a gestão de Lira. Além da presidência, serão escolhidos dois vice-presidentes, quatro secretários e quatro suplentes para um mandato de dois anos.
Favoritos para os cargos
O deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), líder da maior bancada da Casa, é cotado para a 1ª vice-presidência, em um acordo que envolve o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar da resistência inicial da ala mais radical do PL, o partido formalizou a aliança com Motta em outubro de 2024.
Lula da Fonte (PP-PE), com apenas 24 anos, deve ocupar a 2ª vice-presidência, enquanto o PT, de Lula, deve indicar Carlos Veras (PE) para a 1ª secretaria. Veras, vice-líder do partido, coordena a bancada pernambucana e reforça o espaço petista na estrutura da Câmara.
As demais secretarias (2ª, 3ª e 4ª) serão distribuídas entre União Brasil, PSD e MDB, mas as negociações seguem indefinidas. No MDB, Simone Marquetto (SP), Carlos Chiodini (SC) e Sérgio Souza (PR) disputam internamente. Simone, defensora de pautas pró-vida e ligada à centro-direita, busca protagonismo feminino na sigla.
No União Brasil, o nome será decidido em votação interna às vésperas da eleição. Zacharias Calil (GO), médico e congressista, colocou-se à disposição, mas pondera os custos de deixar as comissões que integra. Já o PSD ainda não apresentou candidatos para os cargos.
A Mesa Diretora é responsável pela organização legislativa e administrativa da Câmara. O presidente eleito terá a função de convocar e presidir sessões, definir o cronograma de votações, comandar a composição das comissões e manter a ordem nos trabalhos.
O favoritismo de Motta reforça a manutenção de uma Câmara alinhada ao governo e ao bloco liderado por Lira, indicando poucas mudanças no controle estratégico da Casa.