A Câmara dos Deputados deve analisar nesta quarta-feira (4) os requerimentos de urgência de dois projetos de lei que fazem parte do pacote fiscal do governo federal. A votação, originalmente prevista para terça-feira (3), foi adiada após críticas de parlamentares às condições impostas pelo ministro do STF, Flávio Dino, para liberar emendas parlamentares.
O adiamento gerou desconforto no Congresso, com líderes partidários acusando o Supremo de interferir no Legislativo. Eles argumentam que a aprovação, em novembro, de uma legislação complementar com novas regras de transparência já atendia às exigências do tribunal.
A análise das urgências ocorre em um momento de alta tensão econômica, marcado pela valorização do dólar e pela expectativa de um novo aumento na taxa de juros, que será discutido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima semana.
Com o recesso parlamentar programado para começar em três semanas, o tempo para aprovação das medidas é curto. Além disso, o Congresso só retorna em fevereiro, sob nova liderança. Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, deixam seus cargos em janeiro. Enquanto isso, o vice-líder do governo, Rubens Jr., busca apoio para ser nomeado relator do pacote e acelerar as votações.