O ex-presidente Jair Bolsonaro será julgado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), composta por quatro ministros indicados pelo PT e Alexandre de Moraes, relator do caso que investiga uma suposta tentativa de golpe.
A Turma é presidida por Cristiano Zanin, ex-advogado de Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato e nomeado ao STF pelo próprio petista em 2023. Também faz parte do grupo Flávio Dino, ex-ministro da Justiça de Lula e ex-deputado pelo PCdoB, indicado ao Supremo em 2024.
Além deles, integram a Primeira Turma:
•Luiz Fux, que, antes de ser nomeado ao STF, teria prometido a Dilma Rousseff que “mataria no peito” o julgamento do Mensalão.
•Cármen Lúcia, escolhida por Lula em 2006 e que, no julgamento do Mensalão, votou pela absolvição de 13 réus do crime de formação de quadrilha, decisão criticada pelo então ministro Joaquim Barbosa.
A última vaga pertence a Alexandre de Moraes, indicado por Michel Temer em 2017. Ex-secretário de Geraldo Alckmin em São Paulo, ele presidiu o TSE nas eleições de 2022, quando Alckmin era vice na chapa vencedora.
Relator do caso, Moraes acumula desavenças com Bolsonaro desde 2019, quando abriu o Inquérito das Fake News. Logo nos primeiros dias da investigação, ordenou que a revista Crusoé e o site O Antagonista retirassem do ar uma reportagem envolvendo Dias Toffoli.
Durante as eleições de 2022, a campanha de Bolsonaro denunciou que rádios haviam deixado de veicular 154 mil inserções de sua propaganda, favorecendo Lula. No 7 de setembro de 2021, em um comício na Avenida Paulista, Bolsonaro atacou Moraes: “A paciência do nosso povo se esgotou, ele tem tempo ainda de pedir o boné e ir cuidar da sua vida”.
Moraes também abriu o Inquérito 4888, a pedido da CPI da Pandemia, para investigar falas de Bolsonaro sobre a Covid-19. Agora, no inquérito da suposta tentativa de golpe, ele aparece como vítima, já que a PGR acusa Bolsonaro e mais 33 pessoas de conspirarem contra Lula, Alckmin e o próprio Moraes.
